Museu do Louvre é reaberto três dias após roubo de joias

Imagens da Reuters TV mostram visitantes entrando no museu pela primeira vez desde o ocorrido

Manuel Ausloos, da Reuters
Pessoas em fila no lado de fora do Museu do Louvre, em Paris, na reabertura após o roubo das joias  • Reuters
Compartilhar matéria

O museu do Louvre, em Paris, reabriu nesta quarta-feira (22), poucos dias após ladrões roubarem joias históricas avaliada em cerca de US$ 102 milhões (aproximadamente R$ 550 milhões).

Visitantes formaram fila para entrar pela pirâmide de vidro do Louvre pela primeira vez desde o roubo de domingo (19), no qual assaltantes encapuzados arrombaram uma janela do segundo andar usando um elevador de mudança roubado antes de levar joias da coleção real.

Mais tarde nesta quarta-feira, o diretor do museu comparecerá ao Senado francês para responder a perguntas dos parlamentares.

A Galeria Apolo, salão ornamentado e dourado que foi roubado, permanece fechada.

Em meio à crescente frustração na França por nenhuma autoridade de alto escalão ter assumido a responsabilidade, o ministro do Interior francês, Laurent Nunez, afirmou que houve claramente falhas de segurança e que a ministra da Cultura, Rachida Dati, abriu um inquérito administrativo.

“Houve um assalto ao Louvre, algumas das joias mais preciosas da França foram roubadas. Então, obviamente, foi uma falha, não há mais nada que eu possa dizer”, disse Nunez à rádio Europe 1.

Mas ele acrescentou que “o sistema de alarme funcionou perfeitamente, assim que a janela foi atacada, ele foi ativado. A polícia foi notificada e, em três minutos, estava no local. Todo o sistema funcionou, não falhou, mas o que aconteceu, aconteceu.”

Ele se recusou a comentar sobre a perseguição policial, mas disse estar confiante de que os autores seriam encontrados.

Dati foi criticado após afirmar no parlamento, na terça-feira, que não houve nenhuma falha de segurança.

Roubo das joias

No último domingo (19), o Museu do Louvre foi alvo de uma audaciosa ação criminosa neste domingo (19) que resultou no roubo de joias avaliadas em US$ 102 milhões.

Os ladrões agiram em apenas sete minutos, violando a Galeria de Apolo e suas vitrines que abrigavam importantes peças da realeza francesa.

A Galeria de Apolo é conhecida por abrigar a coleção real de vasos de pedra dura do rei Luís 14, esculpidos em minerais preciosos como jade, ametista e lápis-lazúli, assim como as Joias da Coroa Francesa.

Entre os maiores tesouros expostos na Galeria de Apolo estiveram o espinélio “Côte de Bretagne”, que pertenceu a Ana da Bretanha e é considerado a gema mais antiga da coleção, sobrevivendo a séculos de roubos e dispersões; os lendários diamantes Regent, Sancy e Hortensia, que já brilharam em coroas e trajes reais; e os conjuntos de esmeraldas e diamantes do século 19, que pertenceram à imperatriz Maria Luísa.

A Galeria é parte do Museu do Louvre desde o fim do século 18. Ela foi projetada originalmente na década de 1660 e concluída sob a direção do arquiteto Félix Duban no século 19. A sala é ainda considerada Patrimônio Nacional e Mundial. Desde 1887, abrigou a prestigiada coleção de Joias da Coroa Francesa, que reúne algumas das gemas mais célebres do mundo.

O espaço passou por um processo de restauração em 2019, recuperando molduras douradas e vitrais.

Entre os itens roubados, destaca-se a tiara de diamantes e pérolas da Imperatriz Eugênia, adquirida pelo Louvre há alguns anos após a dispersão da coleção Turnum Taxis. Também foram levados diamantes históricos como o Regen, um dos mais célebres do mundo, e o Hortensia, além de um conjunto de diamantes e safiras que pertenceram à Dona Amélia e à Condessa de Paris.

Este não foi o primeiro incidente desta natureza no Louvre. O museu já enfrentou outros episódios de furto ao longo de sua história, incluindo o famoso roubo da Mona Lisa em 1911, que foi posteriormente recuperada