Nicarágua prende mais 4 padres católicos; total nos últimos 3 dias vai a 12

Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, ordena repressão à Igreja Católica e oponentes políticos

Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, em discurso na 62ª Assembleia Geral da ONU
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega  • Spencer Platt/Getty Images
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A polícia nicaraguense deteve mais quatro padres na madrugada de sábado (30), elevando o número total para 12 nos últimos três dias, de acordo com um membro do alto escalão da Igreja Católica com conhecimento do assunto e a mídia local.

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que governa o país centro-americano desde 2007, iniciou uma repressão à Igreja Católica e aos oponentes políticos.

Os padres Mikel Monterrey, Gerardo Rodriguez e Raul Zamora, juntamente com o Monsenhor Miguel Mantica, filho de uma das famílias mais ricas da Nicarágua, foram levados de suas respectivas casas, disse a fonte.

"Todos eles são da Arquidiocese de Manágua", disse a fonte, que falou à Reuters sob condição de anonimato por medo de represálias.

O governo e a polícia da Nicarágua não responderam a um pedido de comentário. O La Prensa, um dos últimos jornais do país, também noticiou as quatro prisões dos padres.

Dois dos padres presos - Monterrey e Zamora - abriram as portas de sua paróquia para estudantes de duas universidades que foram atacadas pelo governo em 2018.

No total, 12 padres e o bispo Isidro Mora foram presos nos últimos dias. Em agosto de 2022, o bispo Rolando Alvarez foi preso e condenado a 26 anos de prisão. Em julho, Alvarez foi solto.

Desde os protestos de 2018, Ortega acusou os padres de se organizarem e orquestrarem um golpe; os bispos pediram ao presidente justiça para aqueles que morreram durante os protestos e eleições antecipadas.

Veja também: Rolando Álvarez, bispo crítico a Daniel Ortega, é solto na Nicarágua