ONU diz que não consegue enviar quantidade de ajuda necessária para Gaza

Agência relata que não recebeu autorização para transportar quantia que solicitou

Ardee Napolitano, da Reuters
Bandeira da ONU tremula em frente a prédio durante o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em Genebra, Suíça  • 27/02/2023 REUTERS/Denis Balibouse
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A agência alimentar das Nações Unidas informou nesta terça-feira (29) que está enviando apenas metade da quantidade necessária de assistência humanitária em Gaza, apesar de Israel ter emitido novas medidas para permitir a entrada de mais suprimentos no território.

"Não obtivemos a autorização, a permissão para transportar a quantidade que solicitamos", afirmou Ross Smith, consultor sênior de programas regionais do Escritório Regional para a África Oriental e Central do PMA (Programa Mundial de Alimentos), em uma coletiva de imprensa da ONU em Genebra, por videoconferência.

Smith disse que o PMA está com apenas metade dos 100 caminhões que esperava enviar ao território desde o início das pausas humanitárias no domingo (27).

 

O pior cenário de fome está se desenrolando em Gaza e ações imediatas são necessárias para encerrar os conflitos e permitir o acesso irrestrito à ajuda, alertou um grupo de monitoramento global da fome nesta terça-feira (29), acrescentando que a falta de ação agora resultaria em mortes generalizadas.

A IPC (Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar) levantou a perspectiva de que a crise de falta de comida provocada pelo homem poderia ser formalmente classificada como fome, na esperança de que isso pudesse aumentar a pressão sobre Israel para permitir a entrada de muito mais alimentos.

"Cada vez mais evidências mostram que a fome generalizada, a desnutrição e as doenças estão causando um aumento nas mortes relacionadas à fome", disse a IPC.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, relatou nesta terça-feira (29) que a situação em Gaza era "difícil", mas que havia mentiras sobre a fome.

Ele afirmou que 5 mil caminhões de ajuda humanitária entraram em Gaza nos últimos dois meses e que Israel ajudaria aqueles que desejassem realizar entregas aéreas — um método de entrega que grupos humanitários consideram ineficaz e simbólico.