Palestinos condenam proposta de Netanyahu de assumir controle de Gaza

Medida desafia boa parte da população israelense que pede o fim da guerra; o Hamas considera a posição do premiê como um "golpe"

Mitchell McCluskey, da CNN
Imagens de drones mostram milhares de palestinos deslocados retornando ao norte de Gaza  • Reprodução/Reuters
Compartilhar matéria

Palestinos deslocados em Gaza expressaram frustração com a proposta do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de assumir o controle total do enclave palestino.

Raed Abu Mohammed, que foi deslocado do bairro de Shejaiya, na Cidade de Gaza, e vive em uma tenda há cinco meses, chamou as declarações do primeiro-ministro de "chocantes".

"Estamos vivendo sob ocupação aérea, terrestre e marítima. Mas, do nosso lado, a vida estava apenas começando a seguir em frente, tínhamos começado a nos estabelecer um pouco em nossos lugares", disse Mohammed.

 

"É como se não houvesse mais nada para ocupar", disse Mahmoud al-Qurashli, um palestino que foi deslocado do leste de Gaza, à Reuters na quinta-feira (7).

"Praticamente toda Gaza foi espremida na parte ocidental da cidade", disse ele. Antes de uma reunião do gabinete de segurança na noite de quinta-feira, Netanyahu disse à Fox News que Israel pretende assumir o controle militar de Gaza.

A medida desafiaria muitos israelenses que desejam o fim da guerra. Além disso, a ofensiva poderia colocar em risco os reféns que ainda estão no enclave palestino.

Protestos foram realizados em Israel nesta quinta-feira (7), enquanto o gabinete de segurança do país vota sobre a expansão da campanha militar e a reocupação total de Gaza.

Um vídeo do Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas mostrou um grande grupo de manifestantes reunidos em frente ao gabinete do primeiro-ministro em Jerusalém, onde o gabinete se reuniu.

A multidão se reuniu em torno de uma grande bandeira israelense desfraldada com imagens dos reféns mantidos em Gaza, clamando pelo fim da guerra em Gaza e pelo retorno de todos aqueles que permanecem em cativeiro pelo Hamas.