Partido de bilionário vence eleição parlamentar na Tchéquia
Empresário Andrej Babis nega acusações de fraude de longa data relacionadas ao recebimento de um subsídio da União Europeia

O partido ANO, do bilionário Andrej Babis, conquistou a vitória nas eleições parlamentares da Tchéquia neste sábado (4), levantando a perspectiva de um governo que fortaleceria o campo populista e anti-imigração da Europa e reduziria o apoio à Ucrânia.
Babis aos apoiadores que a sigla buscaria um gabinete unipartidário, mas conversaria com dois pequenos partidos — incluindo o SPD de ultradireita — para obter apoio, já que seu partido não terá maioria absoluta.
Ele rejeitou novamente as acusações de que sua vitória tornaria o país da Europa Central um parceiro menos confiável da União Europeia e da Otan.
Com quem Babis se unirá?
“Queremos salvar a Europa... e somos claramente pró-europeus e pró-Otan”, declarou Babis aos repórteres.
Com quase todos os resultados conhecidos, o ANO estava pronto para substituir o atual gabinete de centro-direita liderado pelo primeiro-ministro Petr Fiala. O premiê parabenizou Babis e admitiu a derrota.
O partido vencedor prometeu crescimento mais rápido, salários e pensões mais altos, além de impostos mais baixos e descontos fiscais para estudantes e famílias jovens durante a campanha.
Essas promessas repercutiram entre muitos tchecos, que viram suas rendas reais despencarem nos últimos anos, enquanto o país enfrentava uma inflação crescente.
Babis, no entanto, precisa superar alguns obstáculos para se tornar primeiro-ministro, incluindo leis de conflito de interesses como proprietário de um império químico e alimentício e acusações de fraude de longa data relacionadas ao recebimento de um subsídio da União Europeia há mais de 15 anos — acusações que ele nega.
Com 99% dos distritos eleitorais apurados, o ANO liderava com 34,7% e Spolu em segundo, com 23,2%, informou o Escritório de Estatística do país.
O presidente Petr Pavel, que nomeará o próximo primeiro-ministro, deve iniciar as negociações com os líderes do partido no domingo (5).
As projeções de resultados mostraram que o partido deve conquistar cerca de 80 cadeiras na câmara baixa, que conta com 200 lugares, e, portanto, precisará encontrar apoio mais amplo.