Petro teve problemas para reabastecer avião devido a sanções dos EUA
Empresa americana se recusou a realizar o reabastecimento em Cabo Verde e o avião seguiu para base militar na Espanha

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, teve problemas para abastecer o avião presidencial em Cabo Verde, na África, nesta quinta-feira (30) devido às sanções impostas pelos EUA.
Em uma publicação nas redes sociais, o líder esclareceu as circunstâncias do incidente afirmando que a Força Aérea Colombiana tinha um contrato com uma empresa americana para garantir o fornecimento do combustível no exterior.
No entanto, o abastecimento foi negado pela empresa devido as sanções impostas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), também conhecida como "lista Clinton".
Após o incidente, o governo da Colômbia pediu apoio à Espanha e o avião foi direcionado a pousar em uma base militar em território espanhol para realizar o reabastecimento e seguir viagem para Riad, na Arábia Saudita.
O líder colombiano fez novas críticas ao governo dos EUA e acusou Trump de perseguição. "O mundo sabe que Trump está me perseguindo porque me opus ao genocídio em Gaza e aos crimes no Caribe".
Na publicação, Petro anunciou ainda a rescisão do contrato com a empresa americana.
"Ainda bem que a empresa americana foi responsável pela humilhação, porque o contrato com eles será quebrado", disse ele.
La humillación no la pusieron en el aeropuerto de Madrid, no digan más mentiras.
Fue la empresa norteamericana con la que la FAC contrato toda su gasolina fuera del país, cosa que nunca debió ocurrir, y el lugar fue Cabo Verde en el África. España me ayudó, al contrario.
Menos… https://t.co/IRVgR81cV8
— Gustavo Petro (@petrogustavo) October 30, 2025
Crise diplomática entre Colômbia e EUA
Em 24 de outubro de 2025, Petro foi incluso na OFAC (Lista de Nacionais Especialmente Designados e Pessoas Bloqueadas do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros), uma agência do Departamento do Tesouro dos EUA.
A medida proíbe cidadãos e empresas dos Estados Unidos, de forma geral, de e realizar qualquer tipo de transação financeira ou comercial com os listados.
A sanção acontece após uma troca de ataques entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e Gustavo Petro, da Colômbia, nas redes sociais.
Recentemente, Trump chamou Petro de "líder do tráfico ilegal de drogas" e pediu que o líder fechasse as rotas de criminosos em território colombiano, ou ele mesmo fecharia.
Petro respondeu a fala chamando Trump de "rude" e "ignorante".
Em setembro deste ano, o visto americano do presidente colombiano também foi revogado depois que Petro se juntou a uma manifestação pró-palestina em Nova York e instou soldados americanos a desobedecerem às ordens do governo dos EUA.
O presidente da Colômbia é um duro crítico da atuação de Trump no nível internacional e tem criticado a atuação de militares americanos no mar do Caribe. Petro argumenta que os bombardeios contra barcos pequenos ferem "o princípio universal da proporcionalidade da força".


