Petro teve problemas para reabastecer avião devido a sanções dos EUA

Empresa americana se recusou a realizar o reabastecimento em Cabo Verde e o avião seguiu para base militar na Espanha

Da CNN Brasil*
Presidente da Colômbia, Gustavo Petro  • 14/02/2024REUTERS/Luisa Gonzalez/File Photo
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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, teve problemas para abastecer o avião presidencial em Cabo Verde, na África, nesta quinta-feira (30) devido às sanções impostas pelos EUA.

Em uma publicação nas redes sociais, o líder esclareceu as circunstâncias do incidente afirmando que a Força Aérea Colombiana tinha um contrato com uma empresa americana para garantir o fornecimento do combustível no exterior.

No entanto, o abastecimento foi negado pela empresa devido as sanções impostas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), também conhecida como "lista Clinton".

Após o incidente, o governo da Colômbia pediu apoio à Espanha e o avião foi direcionado a pousar em uma base militar em território espanhol para realizar o reabastecimento e seguir viagem para Riad, na Arábia Saudita.

O líder colombiano fez novas críticas ao governo dos EUA e acusou Trump de perseguição. "O mundo sabe que Trump está me perseguindo porque me opus ao genocídio em Gaza e aos crimes no Caribe".

Na publicação, Petro anunciou ainda a rescisão do contrato com a empresa americana.

"Ainda bem que a empresa americana foi responsável pela humilhação, porque o contrato com eles será quebrado", disse ele.

 

Crise diplomática entre Colômbia e EUA

Em 24 de outubro de 2025, Petro foi incluso na OFAC (Lista de Nacionais Especialmente Designados e Pessoas Bloqueadas do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros), uma agência do Departamento do Tesouro dos EUA.

A medida proíbe cidadãos e empresas dos Estados Unidos, de forma geral, de e realizar qualquer tipo de transação financeira ou comercial com os listados.

A sanção acontece após uma troca de ataques entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e Gustavo Petro, da Colômbia, nas redes sociais.

Recentemente, Trump chamou Petro de "líder do tráfico ilegal de drogas" e pediu que o líder fechasse as rotas de criminosos em território colombiano, ou ele mesmo fecharia.

Petro respondeu a fala chamando Trump de "rude" e "ignorante".

Em setembro deste ano, o visto americano do presidente colombiano também foi revogado depois que Petro se juntou a uma manifestação pró-palestina em Nova York e instou soldados americanos a desobedecerem às ordens do governo dos EUA.

O presidente da Colômbia é um duro crítico da atuação de Trump no nível internacional e tem criticado a atuação de militares americanos no mar do Caribe. Petro argumenta que os bombardeios contra barcos pequenos ferem "o princípio universal da proporcionalidade da força".