Petroleiro ligado à Venezuela será levado a porto dos EUA, diz Casa Branca

Embarcação foi apreendida na costa venezuelana na quarta-feira (10); porta-voz do governo americano diz que petróleo será confiscado após processo legal

Da CNN Brasil*
Petroleiro "Skipper", apreendido pelos Estados Unidos perto da Venezuela  • Gabinete do Procurador-Geral dos EUA/X
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O petroleiro apreendido pelos Estados Unidos na costa da Venezuela será levado até um porto americano, disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, nesta quinta-feira (11). Ela acrescentou que a carga de petróleo deve ser apreendida através de um processo legal formal.

Segundo a porta-voz, o Departamento de Justiça aprovou um mandado autorizando a apreensão do navio na quarta-feira (10). A interceptação foi realizada em conjunto com a Guarda Costeira dos EUA e o Departamento de Defesa.

"Os Estados Unidos têm uma equipa de investigação completa no navio. Os indivíduos a bordo estão sendo entrevistados e quaisquer provas relevantes serão apreendidas", afirmou Leavitt.

 

 

Questionada por um repórter se os EUA usariam o petróleo para ajudar a controlar a crise nos preços americanos, a porta-voz da Casa Branca afirmou que "os Estados Unidos pretendem confiscar o petróleo. No entanto, existe um processo legal para a apreensão desse petróleo, e esse processo legal será seguido".

Leavitt reforçou as alegações do governo americano de que que o petroleiro era uma embarcação clandestina alvo de sanções, conhecida por supostamente transportar petróleo sancionado no mercado paralelo.

A Venezuela nega as acusações e chama a ação dos EUA de "pirataria internacional" e "roubo". "A República Bolivariana da Venezuela denuncia e repudia energicamente o que constitui um roubo descarado e um ato de pirataria internacional, anunciado publicamente pelo presidente dos Estados Unidos, que confessou o assalto a um navio petroleiro no mar do Caribe", diz a nota do regime.

"A verdadeira razão da agressão prolongada contra Venezuela não é a imigração, não é o narcotráfico, não é a democracia, não são os direitos humanos. Sempre se tratou das nossas riquezas naturais, do nosso petróleo, da nossa energia, dos recursos que pertencem ao povo venezuelano", segue a nota.

O comunicado do regime afirma ainda que o "ato de pirataria busca distrair a atenção e encobrir o fracasso do espetáculo político montado em Oslo", referindo-se à entrega do Nobel da Paz para a líder da oposição María Corina Machado.

*Com informações da Reuters