Políticos franceses reagem à renúncia do premiê da França nesta segunda (6)

Partido de ultradireita, Reunião Nacional, exigiu que o presidente Emmanuel Macron convoque eleições parlamentares antecipadas

Alessandro Parodi, Alban Kacher e Richard Lough, da Reuters
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O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, apresentou a renúncia de seu governo nesta segunda-feira (6), menos de um dia após nomear seu gabinete, depois que as escolhas ministeriais dele provocaram consternação entre aliados e oponentes da aliança governista, cujo apoio é necessário para aprovar um orçamento para 2026.

Lecornu foi nomeado como premiê pelo presidente Emmanuel Macron, há menos de um mês. Ele assumiu depois que o ex-primeiro ministro, François Bayrou, perdeu um voto de confiança no Parlamento.

A rápida renúncia foi inesperada e sem precedentes, marcando mais um grande aprofundamento da crise política francesa.

O partido de ultradireita Reunião Nacional imediatamente instou o presidente Emmanuel Macron a convocar eleições parlamentares antecipadas.

Reações à renúncia

Marine Le Pen, líder do partido francês de ultradireita, Reunião Nacional

“Peço ao presidente da República que dissolva a Assembleia Nacional (...) chegamos ao fim da piada, a farsa já durou demais”, disse ela à BFM, afiliada da CNN.

François-Xavier Bellamy, deputado europeu, membro do Partido Republicano Conservador 

“Não temos nada a temer com a dissolução do parlamento.”

David Lisnard, prefeito de Cannes e vice-presidente do Partido Republicano

“Os interesses da França exigem a renúncia de Emmanuel Macron para preservar as instituições e desbloquear uma situação que se tornou inevitável desde a dissolução absurda. Ele é o principal responsável por esta situação.”

Arthur Delaporte, deputado do Partido Socialista da França

“Fracassado por seu próprio povo, a renúncia de Lecornu era inevitável. Este governo de curta duração ilustra apenas uma coisa: o macronismo está mergulhando o país mais uma vez no caos”, escreveu ele em uma publicação na rede social X.

Agnes Pannier-Ranacher, ministra do Meio Ambiente

“Desespero com este circo em que todos desempenham seu papel, mas ninguém assume a responsabilidade”, afirmou Pannier-Runacher no X.

“Aos que ainda pensam que poderíamos governar sem a esquerda, eu digo: vocês estão enganados. Não podemos avançar sem enviar sinais fortes, sem estender a mão àqueles que, apesar de nossas diferenças, compartilham a mesma ambição: servir a França e o povo francês.”

Jordan Bardella, presidente do partido de ultradireita, Reunião Nacional

“Não há dúvida de que o efêmero primeiro-ministro não tinha margem de manobra, e foi certamente o próprio Emmanuel Macron quem formou seu governo (...) não pode haver estabilidade sem o retorno às urnas e a dissolução da Assembleia Nacional”, afirmou Bardella à BFM TV.

Olivier Blanchard, ex-economista-chefe do FM

“É difícil entender o que se passava na cabeça de Macron e Lecornu ao apresentarem mais ou menos o mesmo governo, com uma adição amplamente impopular. Mas igualmente impressionante é o grau em que a discussão gira em torno de pessoas, e não de questões”, disse Blanchard em uma publicação no X.