Por que o Brasil é o primeiro país a discursar na Assembleia Geral da ONU?

Todo ano, líderes mundiais se reúnem na sede da ONU, em Nova York, para a sessão anual e debate geral da Assembleia Geral da organização.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), viajou para a cidade americana para liderar a delegação brasileira na 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Nesta terça-feira (23), Lula fará o discurso de abertura da sessão da Assembleia Geral.

O Itamaraty explica em comunicado que como é tradição, o Brasil será o primeiro país a tomar a palavra durante a reunião anual. A Assembleia Geral é o momento em que líderes mundiais de 193 países se reúnem para discutir os principais desafios globais.

Por que o Brasil é o primeiro a discursar?

Quando as Nações Unidas foram formadas, em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, havia originalmente 51 integrantes.

Desde então, esse número cresceu para 193 membros. Líderes de dois Estados observadores não-membros -- conhecidos na ONU como Santa Sé e Estado da Palestina -- e um membro observador, a União Europeia, também podem falar na reunião anual.

De acordo com o site oficial da ONU, o primeiro país a discursar em diversas ocasiões nos primeiros anos de Assembleia Geral foi o Brasil, que se voluntariava para isso após outros países se mostrarem relutantes. Com o passar do tempo, isso se tornou uma tradição.

Como anfitriões da sede da ONU em Nova York, os Estados Unidos geralmente são o segundo país a se dirigir à Assembleia Geral.

Desde a 10ª sessão, em 1955, o Brasil falou primeiro, e os Estados Unidos, em segundo, com algumas exceções:

• Nas 38ª (1983) e 39ª (1984) sessões, os Estados Unidos falaram primeiro, e o Brasil falou em segundo.
• Na 71ª sessão, em 20 de setembro de 2016, o Chade falou em segundo lugar devido ao atraso na chegada do presidente dos Estados Unidos
• Na 73ª sessão, em 25 de setembro de 2018, o Equador falou em segundo lugar devido ao atraso na chegada do presidente dos Estados Unidos

Segundo a organização, para todos os outros Estados-membros, a ordem de discurso é baseada no nível de representação, preferência e outros critérios, como equilíbrio geográfico.

Apenas a Santa Sé, o Estado da Palestina e a União Europeia são convidados a participar do debate geral e seus espaços para discurso são determinados pelo nível de representação.

Ainda de acordo com a fonte oficial, o limite de tempo voluntário de 15 minutos para declarações deve ser observado na reunião. Além disso, a ordem dos discursos no debate geral é diferente da ordem de fala de outros debates da Assembleia Geral.

Com informações das Reuters