Por que o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi preso?

Sarkozy pretende apelar, mas, enquanto isso, deverá ser mantido em confinamento solitário ou na chamada "ala VIP" em um complexo prisional em Paris

Sebastián Jiménez Valencia, da CNN em Espanhol
Nicolas Sarkozy, presidente da França entre 2007-2012  • Chesnot/Getty Images
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O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy (2002-2012) está preso em Paris cumprindo uma pena de cinco anos por um caso de conspiração criminosa em financiamento de campanha.

Sarkozy foi condenado por seu papel em um esquema para financiar sua campanha presidencial de 2007 com fundos da Líbia em troca de favores diplomáticos.

Os promotores o acusaram de receber milhões de euros do falecido ditador líbio Muammar Kadafi para a campanha que o levou ao poder.

Em setembro deste ano, um tribunal considerou Sarkozy culpado de associação criminosa em uma conspiração entre 2005 e 2007.

Ele foi absolvido de três outras acusações, incluindo corrupção passiva, financiamento ilegal de campanha e ocultação de desvio de fundos públicos.

Os promotores disseram que o então ministro do Interior negociou apoio financeiro em troca de apoio internacional ao regime líbio.

As acusações citam malas cheias de dinheiro, espiões líbios, traficantes de armas e um fluxo complexo de dinheiro que supostamente atravessava vários países.

 

Ex-presidente nega acusações

Sarkozy sempre negou as acusações e afirma ser vítima de uma armação.

O advogado de Sarkozy descreveu o caso como uma "fantasia judicial", argumentando que, após mais de uma década de investigações, viagens internacionais e grampos, não há "uma única transferência, um único pagamento, uma única prova" que sustente a versão líbia.

Sarkozy já foi condenado em outros casos. Em 2021, foi considerado culpado de corrupção e tráfico de influência e cumpria um ano de prisão domiciliar com pulseira eletrônica.

Ele também enfrenta um recurso em um caso envolvendo gastos irregulares de campanha.

Enquanto isso, juízes investigam a suposta rede de intermediários que desviou dinheiro da Líbia, em um caso com ramificações em mais de 20 países e envolvendo ex-ministros e colaboradores próximos do ex-presidente.

Sarkozy pretende apelar, mas, enquanto isso, deverá ser mantido em confinamento solitário ou na chamada "ala VIP" do complexo prisional de La Santé.

Esta é a primeira vez que um ex-líder da França moderna passa algum tempo atrás das grades.