Porta-voz dos EUA diz que situação em Gaza é carnificina e pressiona Hamas

Em entrevista à CNN Internacional, representante do Departamento de Estado afirmou que "nada do que fazemos em uma zona de guerra será suficiente"

Da CNN
Palestinos na Faixa de Gaza
Palestinos transportam suprimentos humanitários em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza20/07/2025 REUTERS/ Dawoud Abu Alkas  • REUTERS/ Dawoud Abu Alkas
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Em entrevista à CNN Internacional nesta quarta-feira (23), Tammy Bruce, porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, afirmou que o envio de suprimentos para a Faixa de Gaza nunca será suficiente no atual cenário de guerra, visto que a situação é "anormal" e uma "carnificina".

Questionada sobre a ajuda humanitária que aguarda permissão para entrar em Gaza e que os suprimentos poderiam alimentar muitas pessoas, Bruce comentou: "Bem, como já observei, nunca será suficiente porque a situação é anormal, não é natural, é uma carnificina".

"Nada do que fazemos em uma zona de guerra será suficiente. A única vez que isso acontecerá é quando houver paz e pudermos reconstruir dentro da estrutura civilizada", adicionou.

A Faixa de Gaza vive uma grave crise alimentar, sendo que diversas entidades alertam sobre o alastramento da fome no território palestino.

Bruce disse que Israel continua "se defendendo" e pressionou o Hamas a se render e libertar os reféns, culpando o grupo pela continuação da guerra.

"Sim, um cessar-fogo certamente ajudaria os esforços humanitários, para dizer o mínimo. É com isso que os Estados Unidos se comprometeram. É com isso que o presidente se comprometeu", comentou.

"Mas há um grupo que poderia acabar com isso imediatamente, e esse grupo é o Hamas, abaixando suas armas e libertando todos os reféns, em vez de apenas alguns deles por meio de um acordo de cessar-fogo", adicionou.

Em outro momento, a porta-voz disse: "É uma dinâmica horrível em Gaza? Sim, é uma zona de guerra comandada e aterrorizada por um grupo terrorista, e é isso que precisa mudar".

Tammy Bruce defendeu ainda a atuação da GHF (Fundação Humanitária de Gaza), uma instituição apoiada por Israel e pelos Estados Unidos, mas que atraiu críticas de entidades e da ONU.

Ela negou que tenham acontecido mortes nos locais de distribuição de ajuda da GHF. As Nações Unidas afirmam que centenas de pessoas morreram nesses centros.

Sobre as negociações de cessar-fogo, a porta-voz comentou que o secretário Marco Rubio está "muito otimista" para um acordo e que "poderá haver algo" em um curto período.

Ela destacou ainda que "as duas partes" concordam que haja um corredor para envio de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.