Portugal: centro e ultradireita crescem com encolhimento da esquerda
Chega, liderado pelo agora ex-candidato André Ventura, conquistou 60 assentos na Assembleia da República; centro-direita segue na frente, com 91

Com uma nova onda de eleições legislativas em Portugal em três anos, o parlamento lusitano observa a centro-direita e a ultradireita crescerem no país. No total, 230 cadeiras da Assembleia da República foram definidas na corrida eleitoral legislativa, que aconteceu neste domingo (18).
Com cerca 100% das urnas apuradas, o partido de ultradireita Chega conquistou 60 cadeiras, dez a mais do que o último pleito. O Partido Socialista (PS), por sua vez, encolheu, saindo de 78 em 2024 para 58 em 2025. Os dados são do Ministério de Administração Interna português.
O Chega, agora, passa a liderar a oposição.
A coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD) foi a vencedora do pleito, com 91 assentos no parlamento de Portugal — 14 a mais do que os 77 conquistados na última eleição, que aconteceu em março de 2024.
Apesar da vitória da AD, com 31,21% dos votos válidos, a partido não obter maioria no parlamento. A aliança, composta pelo PPD, PSD, CDS-PP e PPM, precisaria de 116 vagas.
A legenda tem o ex-primeiro-ministro Luís Montenegro, derrubado do cargo em março deste ano. Montenegro conseguiu voltar ao posto mesmo sem a maioria e foi nomeado pelo presidente português Marcelo Rebelo de Sousa.
Na outra ponta, o partido de extrema direita Chega, liderado pelo agora ex-candidato André Ventura, trouxe uma surpresa: com cerca de 99% das dos votos contados, conseguiu chegar a um empate técnico com o Partido Socialista (PS), na faixa dos 22%, que acabou sendo foi superado.
Veja a composição abaixo:
E apesar da aparente derrota, Ventura, líder do Chega, comemorou o empate junto ao Partido Socialista. À jornalistas, o líder da sigla de direita afirmou ser um “resultado histórico”, e que o “bipartidarismo” teria morrido em Portugal.
Ministério de Administração Interna de Portugal totalizou 6.317.949 votos, com 10.850.215 votantes inscritos.
Em março de 2024, a AD venceu as eleições nacionais com 28,02% dos votos, superando os socialistas com 28%.
Contudo, um ano depois da vitória, seu governo perdeu um voto de confiança parlamentar após a oposição questionar a integridade de Montenegro em relação às negociações da empresa de consultoria de sua família.