Prédios de Israel tremeram com ataques do Irã, diz ex-embaixador israelense

O Irã disparou “centenas de mísseis balísticos”, no que Teerã chamou de início de sua “resposta esmagadora”

Da CNN
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Os ataques retaliatórios do Irã abalaram prédios em Israel, de acordo com o ex-embaixador israelense Michael Oren, que disse que ele e sua família estão agora em uma “sala segura”.

“O prédio balançou, não foi pouco, alguns minutos atrás”, disse o ex-embaixador israelense nos Estados Unidos à Brianna Keilar, da CNN, na sexta-feira (13).

O Irã disparou “centenas de mísseis balísticos” em direção a Israel, no que Teerã chamou de início de sua “resposta esmagadora” aos ataques israelenses na manhã de sexta-feira, segundo a agência oficial de notícias do Irã, IRNA.

Oren afirmou que recebeu alertas no celular antes dos ataques, para “nos dizer exatamente, sabe, o que esperar e para onde ir quando o esperado chegasse.”

“E o esperado chegou”, acrescentou.

Ele destacou a eficácia do Domo de Ferro de Israel em desviar alguns dos mísseis iranianos.

“Se o Irã disparou 100 foguetes contra nós e cinco a sete acertaram, isso está dentro do esperado,” disse Oren.

Entenda o motivo de Israel atacar o Irã agora

Israel escolheu atacar o Irã neste momento porque entendeu que o regime dos aiatolás está mais vulnerável do que nunca — e que a oportunidade para agir estava se esgotando.

O cálculo israelense considerou fatores internos e externos que colocaram o regime dos aiatolás em uma posição de fragilidade inédita.

Além disso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu decidiu agir antes que negociações entre Irã e Estados Unidos pudessem de fato levar a um acordo para suspender a criação de uma bomba atômica iraniana.

Para o governo israelense, esta era uma oportunidade de ouro para deter o desenvolvimento do programa nuclear do país rival com menor risco de retaliação coordenada por Teerã e pelas milícias apoiadas pelo regime no Oriente Médio.

Nos últimos meses, todos os principais aliados dos iranianos na região sofreram derrotas sucessivas em confrontos com Israel — que contou com o apoio, inclusive militar, das principais potências ocidentais em suas guerras.

Esses aliados eram considerados chave para pressionar Israel e agir como primeira linha de frente na defesa do Irã, mas estão todos nas cordas neste momento.

Aliados do Irã enfraquecem

O Hezbollah, que era a principal força militar não-estatal do Oriente Médio, perdeu sua liderança, milhares de combatentes e boa parte de seu arsenal em bombardeios no sul do Líbano.

Na Síria, a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro de 2024 e ataques pesados contra milícias aliadas enfraqueceram completamente a influência do Irã.

Em Gaza e na Cisjordânia, o Hamas e a Jihad Islâmica, apoiados por Teerã, continuam sendo duramente atingidos pela guerra com Israel.

Além disso, importantes lideranças militares iranianas foram assassinadas nos últimos meses.

Entre elas está Mohammad Reza Zahedi, um general de alto escalão da Guarda Revolucionária, morto em Damasco durante um ataque israelense ao consulado iraniano — um episódio que provocou forte indignação em Teerã e levou ao início dos primeiros combates diretos entre os dois países.

Outros comandantes regionais ligados à Força Quds, uma unidade especial da temida Guarda Revolucionária do Irã, também foram mortos em operações de inteligência, enfraquecendo a capacidade de comando e articulação das forças aliadas.

Internamente, o regime iraniano enfrenta crescentes dificuldades.

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