Presidente da Coreia do Sul vai a audiência contra prolongamento de prisão

Yoon Suk Yeol está detido desde quarta-feira (15); ele é acusado de insurreição

Joyce Lee e Ju-min Park, da Reuters, Seul
Yoon Suk Yeol chega ao escritório de investigação de corrupção da Coreia do Sul
Yoon chegando escoltado no escritório de investigação de corrupção da Coreia do Sul  • Reuters
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O presidente da Coreia do Sul Yoon Suk Yeol, que sofreu impeachment após ser acusado de insurreição, compareceu a uma audiência neste sábado (18) para contestar um pedido dos investigadores de extensão da sua detenção.

Yoon se tornou na quarta-feira (15) o primeiro presidente em exercício do país a ser preso, em uma investigação criminal relacionada à sua curta declaração de lei marcial em 3 de dezembro.

Os investigadores solicitaram um mandado de prisão na sexta-feira (17) para estender a custódia de Yoon por até 20 dias. Ele se recusou a falar com os investigadores e está detido no Centro de Detenção de Seul desde quarta.

Após a audiência, Yoon retornou à prisão para aguardar a decisão do tribunal, que é esperada para sábado ou domingo (19).

A audiência no Tribunal Distrital Ocidental de Seul durou quase cinco horas. Yoon falou por cerca de 40 minutos durante a audiência, segundo informações da agência de notícias Yonhap, que citou o advogado de Yoon.

"[Yoon] explicou e respondeu sinceramente a perguntas sobre relações factuais, evidências e princípios legais. Vamos esperar silenciosamente a decisão do tribunal", afirmou o advogado do presidente, Yoon Kab-keun, após a audiência.

Yoon decidiu comparecer à audiência "para restaurar sua honra explicando diretamente a legitimidade da lei marcial de emergência e que a insurreição não está estabelecida", disse seu advogado no sábado.

Os canais de TV mostraram um comboio de cerca de uma dúzia de carros e motos da polícia escoltando Yoon do centro de detenção para o tribunal, bem como de volta ao centro de detenção.

Como a polícia dispersou uma multidão de apoiadores de Yoon bloqueando o portão do tribunal pela manhã, milhares de apoiadores cercaram o tribunal após a audiência começar por volta das 14h atrás de uma barricada policial, sob gritos de "libertem o presidente".

"Há tantos apoiadores do presidente Yoon Suk Yeol ao redor do tribunal, que ainda acreditam no Estado de direito e estão defendendo o presidente", disse Lee Se-ban, um homem de 30 anos.

Várias pessoas foram presas pela polícia por tentar invadir o pátio do tribunal, incluindo um jovem que tentou escapar, de acordo com uma testemunha da Reuters.

Insurreição, o crime alegado contra Yoon pelo Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alto Nível, é um dos poucos delitos aos quais um presidente sul-coreano em exercício não tem imunidade.