Presidente do Peru substitui seis ministros após batida policial em sua casa
No fim de semana, a polícia e os promotores foram à casa e escritórios da presidente em busca de evidências da origem de pelo menos três relógios Rolex
A presidente do Peru, Dina Boluarte, substituiu seis ministros, na segunda-feira (2), depois que eles renunciaram abruptamente.
A dança das cadeiras ministerial acontece em meio a um novo escândalo político envolvendo a presidente e relógios de luxo, acrescentando mais volatilidade à política cada vez mais instável do país sul-americano.
A série de demissões, incluindo a do ministro do Interior, vem após uma investigação lançada sobre alegações de enriquecimento ilícito pela presidente, que está sendo investigada por causa dos seus relógios Rolex.
No fim de semana, a polícia e os promotores foram à casa e escritórios da presidente em busca de evidências da origem de pelo menos três relógios Rolex.
Boluarte negou qualquer irregularidade e insistiu que comprou os relógios com seu próprio dinheiro.
O ministro do Interior, Victor Torres, anunciou a sua decisão de renunciar na segunda-feira, o que foi seguido pelas demissões dos ministros da Educação e das Mulheres.
Todos manifestaram apoio a Boluarte, com um deles classificando a batida policial na casa da presidente como “desnecessária” e “excessiva”.
“Vou embora em paz e com as mãos limpas”, disse Torres aos jornalistas, insistindo que a sua demissão se deveu a “questões familiares e de saúde”.
Os outros dois ministros não justificaram as suas demissões.
Na noite de segunda-feira, Boluarte anunciou três demissões adicionais de seu gabinete, incluindo os ministros da Produção, Comércio e Agricultura.
Ela nomeou seis novos ministros no total – substituindo cerca de um terço de seu gabinete de 19 pessoas em um único dia.
Entre as novas nomeações, Walter Ortiz, que anteriormente liderou a unidade de crime organizado do Ministério do Interior, assumirá agora o cargo de ministro, um importante oficial de segurança encarregado da polícia nacional.
As demissões ocorrem no momento em que o primeiro-ministro de Boluarte, que assumiu o cargo no mês passado, pretende obter apoio do Congresso, como é habitual, com o governo da presidente temerosa de que o Legislativo controlado pela oposição possa negar o seu apoio ao primeiro-ministro.
Ex-vice-presidente, Boluarte ascendeu à presidência no final de 2022 como a sexta presidente em seis anos, após a destituição e prisão do presidente Pedro Castillo sob a acusação de rebelião e conspiração.