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    Promotoria retoma audiência sobre possível favorecimento de Cristina Kirchner a empresário

    Ministério Público argentino terá nove audiências para julgar o caso “Vialidad”

    Ingrid OliveiraMariana Cataccida CNN

    O chefe e o procurador adjunto da Procuradoria Geral da República da Argentina, Diego Luciani e Sergio Mola, perante a 1º Vara Criminal Federal Oral da Capital Federal, retomaram na segunda-feira (2), a audiência contra a vice-presidente Cristina Kirchner, e outros dirigentes, sobre um possível favorecimento a um empresário em obras públicas na província de Santa Cruz.

    A discussão sobre o caso foi retomada ontem, por volta das 8h30 (horário local), após a audiência em 11 de julho, na qual os representantes da Unidade de Informação Financeira solicitaram a absolvição de Cristina.

    O Ministério Público argentino terá nove audiências para julgar o caso “Vialidad”.

    a vice-presidente foi acusada de ser coautora dos crimes de associação ilícita agravados por seu papel de líder e fraude da administração agravada por ter sido cometida em detrimento de uma administração pública.

    Em sua defesa, o promotor Luciani afirmou que “o Ministério Público, ao contrário da UIF, está acreditado que, entre 2003 e 2015, funcionou no Estado uma associação ilícita com características únicas”.

    Estima-se que o grupo do empresário Lázaro Baez tenha sido responsável por quase 80% das obras rodoviárias adjudicadas na província de Santa Cruz, somando 51 licitações — no valor 46 bilhões de pesos (cerca de R$ 1,84 bilhões).

    “Tratava-se de uma associação piramidal ilícita, que tinha no seu auge, como dirigentes, precisamente aqueles que serviam como chefes de Estado, e que era organizada e integrada por diferentes funcionários públicos que, paralelamente ao plano legal, mas utilizando os poderes que lhe conferiam a eles a hierarquia de seus respectivos cargos e o poder político que exerciam, forneceram as contribuições necessárias para que a manobra pudesse ser realizada”, disse o Luciani.

    Entre 2003 e 2007, Cristina foi primeira-dama, na posição de esposa do falecido presidente Néstor Kirchner, ao qual sucedeu no governo. Ela governou entre 2007 e 2015.

    Os promotores também afirmam que tiveram acesso a mensagens encontradas no celular do ex-secretário de obras, José Francisco López.

    “Depois que o poder (qual Cristina fazia parte) perdeu as eleições em 2015, foi lançado um plano para “limpar tudo”. Este plano foi ‘desenhado por José López, Báez, Nelson Pierotti e Cristina Fernández'”, escreveram.

    Nesse sentido, o representante do MPF destacou a troca de mensagens entre López, Báez e Julio Mendoza, de onde surgiram os passos do plano, a respeito dos funcionários das obras rodoviárias: “Neutralização e demissão, pagamento”.

    “Também foram feitas outras mensagens entre Báez, López, Periotti, Fatala, Amilcar Fredes — braço direto de López —, a governadora de Santa Cruz, Alicia Kirchner, e o ex-ministro da Economia, Axel Kicillof”, disseram.

     

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