Proposta atual de acordo UE-Mercosul é impossível de aceitar, diz Lula a jornal espanhol
Em entrevista ao El País, presidente brasileiro afirmou que serão propostas mudanças ao bloco europeu: "Vou trabalhar para que se possa ratificar o acordo neste ano."
![Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República](https://www.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2023/04/lula_114.jpg?w=1220&h=674&crop=1&quality=85)
![Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República](https://www.cnnbrasil.com.br/wp-content/uploads/sites/12/2023/04/lula_114.jpg?w=1920&h=1080&crop=1)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, em entrevista ao jornal espanhol El País publicada nesta quinta-feira (27), que a atual proposta de acordo comercial entre União Europeia e Mercosul “ainda é impossível de aceitar” e que o Brasil vai propor mudanças, sem detalhar quais seriam.
“Estamos em 2023 e a proposta ainda é impossível de aceitar. Vamos propor mudanças”, disse Lula na entrevista ao jornal, na qual saudou que a Espanha assumirá em breve a presidência da UE.
Ao mesmo tempo, Lula manifestou esperança de que o acordo seja fechado neste ano.
“Vou trabalhar para que se possa ratificar o acordo neste ano. Por parte do Mercosul, acredito que é possível firmá-lo. Agora, precisamos ver o que quer a UE”, declarou.
Apesar da intenção manifestada por Lula de alterações na proposta do acordo, uma fonte diplomática revelou à Reuters recentemente que há receio de reabrir negociações do acordo porque pode acabar sendo impossível encerrá-lo novamente.
“Se a gente pede para rever compras governamentais, os europeus pedem para rever algum outro ponto… e aí não se sabe como termina isso. É uma preocupação”, disse a fonte.
Atualmente, as milhares de páginas do acordo estão em análise pelo governo brasileiro.
Lula esteve na Espanha nos últimos dois dias e ouviu do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, em declaração conjunta de ambos, que também tem esperanças de finalizar o acordo neste ano.
Sánchez reconheceu que há dúvidas entre membros da UE sobre o acordo, mas que trabalhará para dissipá-las.