Protesto na Geórgia termina em confronto com a polícia

Três policiais ficaram feridos durante protestos na capital Tbilisi

Felix Light, da Reuters
Policiais de choque atuam enquanto apoiadores da oposição da Geórgia participam de manifestação em frente ao prédio do Parlamento em Tbilisi, Geórgia  • 29/11/2024 REUTERS/Irakli Gedenidze
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A polícia entrou em confronto com manifestantes na capital da Geórgia, Tbilisi, após o partido da situação anunciar que o governo iria suspender as negociações para a adesão do país à União Europeia, além de recusar subsídios orçamentários do bloco até 2028.

Segundo o Ministério do Interior, três policiais ficaram feridos nos confrontos. A polícia ordenou a dispersão dos manifestantes, disparou jatos de água e usou spray de pimenta e gás lacrimogêneo contra jovens mascarados que tentavam entrar no Parlamento.

Alguns manifestantes atiraram fogos de artifício contra a polícia e gritavam "Russos" e "Escravos!". As relações entre a Geórgia e a União Europeia se deterioraram drasticamente nos últimos meses. Bruxelas alegou que o governo havia recorrido a medidas autoritárias e adotado posições pró-Rússia. Antes dos confrontos, milhares de manifestantes pró-UE bloquearam ruas da capital.

O bloco governista Sonho Georgiano acusou a UE de "uma cascata de insultos", dizendo em comunicado que a entidade usava a perspectiva de negociações de adesão para "chantagear" o país e "organizar uma revolução".

Como resultado, disse: "Decidimos não colocar a questão da abertura de negociações com a União Europeia na agenda até o final de 2028. Além disso, recusamos qualquer subsídio orçamentário da União Europeia até o final de 2028."

O país de 3,7 milhões de habitantes tem o objetivo de adesão à UE escrito em sua Constituição, e há tempos figura entre os Estados sucessores da União Soviética mais pró-Ocidente. O partido Sonho Georgiano afirma não ser pró-Rússia e diz que está comprometido com a democracia e a integração com o Ocidente.

Pesquisas de opinião apostam que 80% dos georgianos apoiam a adesão à UE, e a bandeira do bloco é vista ao lado da nacional fora de praticamente todos os prédios públicos do país.