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    “Que dia é hoje?”, pergunta mulher ao ser resgatada após 228 horas soterrada na Turquia

    Socorristas encontram sobreviventes mais de uma semana após terremoto

    Talia KayaliRhea MogulHande Atay Alamda CNN

    “Que dia é hoje?”, perguntou uma mulher quando foi retirada com vida dos escombros após 228 horas do terremoto que atingiu a Turquia na semana passada, informou a agência de notícias estatal turca Anadolu nesta quarta-feira (15).

    Mais de nove dias após um forte terremoto sacudir a Turquia e a Síria, equipes de resgate ainda estavam retirando pessoas dos escombros, desafiando as previsões de que o tempo para que alguém ainda sobrevivesse tivesse acabado.

    O Ministério da Defesa Nacional da Turquia também divulgou um vídeo mostrando equipes resgatando uma mulher de 77 anos dos escombros na cidade de Adiyaman na terça-feira (14), cerca de 212 horas após o terremoto.

    A agência de notícias Anadolu a identificou como Fatma Gungor e disse que sua família a abraçou depois que ela foi salva.

    Mehmet Eryilmaz, integrante da equipe de resgate, falou sobre o momento em que encontraram a mulher: “Ela ficou feliz em nos ver. A princípio, segurei a mão dela. Conversamos, conversamos e a acalmamos”

    Ela também mencionou que ela primeiro pediu água, mas disse que não davam nada sem a intervenção dos paramédicos. Eryilmaz disse à Anadolu que a primeira coisa que ela perguntou foi: “Que dia é hoje?”

    A mulher também afirmou que seu nome era Ela e que tinha dois filhos, uma menina e um menino, que foram retirados dos escombros. Segundo a agência estatal de notícias, ela é estrangeira, mas não foi mencionada a nacionalidade.

    Também na quarta-feira, outra mulher, identificada como Melike İmamoğlu, de 45 anos, foi resgatada após 222 horas nos escombros na cidade de Kahramanmaras, segundo a televisão estatal turca TRT Haber.

    Mais cedo, equipes no sul da Turquia disseram que ainda estavam ouvindo as vozes dos sobreviventes presos.

    Imagens ao vivo transmitidas pela CNN Turk, afiliada da CNN, na terça-feira, mostraram equipes de resgate trabalhando em duas áreas da região de Kahramanmaras, onde tentavam salvar três irmãs – mas não está claro se elas sobreviveram.

    Na mesma região, socorristas salvaram uma mulher de 35 anos que teria ficado enterrada por cerca de 205 horas, segundo a emissora estatal TRT Haber. Outros também foram resgatados – dois irmãos, dois homens e uma mulher – todos na terça-feira, oito dias após o terremoto.

    Sanjay Gupta, correspondente-médico-chefe da CNN, que está na província de Hatay, na Turquia, diz que é incomum as pessoas sobreviverem mais de 100 horas presas nos escombros – a maioria é resgatada em 24 horas.

    No entanto, ele pontua que as temperaturas congelantes na zona do terremoto podem estar estendendo o tempo de sobrevivência das pessoas presas.

    “O frio é uma faca de dois gumes. Por um lado, dificulta muito, está abaixo de zero agora. Por outro lado, pode reduzir as demandas de água. Talvez isso esteja contribuindo para a sobrevivência”, explicou.

    “Não há muitos dados sobre quanto tempo as pessoas poderiam sobreviver nessas situações, mas estamos vendo esses resgates 200 horas depois”, adicionou.

    “População traumatizada”

    Enquanto isso, na Síria, as operações de resgate estão começando a mudar para os esforços de recuperação, e os funcionários da ONU estão correndo para canalizar ajuda aos sobreviventes no país através de duas novas passagens na fronteira aprovadas pelo governo em Damasco.

    Onze caminhões com ajuda da ONU cruzaram a fronteira para o noroeste da Síria pela passagem de Bab Al-Salam na terça-feira (14), escreveu o chefe de ajuda das Nações Unidas, Martin Griffiths, pelo Twitter. Ele também pontuou que mais 26 caminhões foram para a região pela passagem de Bab Al-Hawa.

    Em ambos os lados da fronteira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatizou a necessidade de “focar na reabilitação do trauma” ao tratar as populações afetadas pelo desastre.

    O representante da OMS na Turquia, Batyr Berdyklychev, destacou o “problema crescente” de uma “população traumatizada”, enfatizando a necessidade de serviços psicológicos e de saúde mental nas regiões afetadas.

    “As pessoas só agora começam a perceber o que aconteceu com elas após esse período de choque”, informou Berdyklychev em entrevista coletiva na cidade turca de Adana na terça-feira.

    A OMS está negociando com as autoridades turcas para garantir que os sobreviventes do terremoto tenham acesso aos serviços de saúde mental, acrescentou a autoridade, observando que muitas pessoas deslocadas pelo terremoto para outras áreas do país “também precisarão ser alcançadas”.

    O diretor-regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, afirmou que a “prioridade imediata” para as 22 equipes médicas de emergência enviadas pela organização à Turquia era “lidar com o alto número de pacientes com traumas e lesões catastróficas”.

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