Rússia serve "Frango à Kiev" a repórteres em viagem para cúpula Trump-Putin
Escolha do prato foi considerada provocação por comentaristas pró-Kremlin; já alguns jornalistas acreditaram que gesto era sinal de boas intenções
Jornalistas russos foram servidos com peitos de frango à Kiev durante o voo fretado pelo Estado para o Alasca, anunciou a editora-chefe da emissora estatal de televisão Russia Today, no que pareceu ser a mais recente provocação à Ucrânia antes da cúpula desta sexta-feira (15).
“Nossos jornalistas, que voaram para o Alasca em um voo especial, foram servidos com peitos de frango à Kiev no avião”, escreveu a chefe da RT, Margarita Simonyan, no Telegram.
Egor Piskunov, repórter da RT no avião, disse que a refeição pode ser “um bom sinal para as próximas negociações” entre o líder russo, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O frango à Kiev é uma receita tradicional das culinárias russa e ucraniana. O prato consiste em rechear peito de frango, antes de fritá-lo. O recheio pode ser queijo, presunto, manteiga de alho, salmão, ervas, entre outros ingredientes.
Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, chegou ao Alasca vestindo um moletom com a inscrição “URSS” em cirílico, uma reminiscência da era imperial da Rússia, quando a Ucrânia fazia parte da União Soviética.
Comentaristas pró-Kremlin pareciam encantados com a aparente provocação.
“Isso aparentemente é uma indicação de que o Exército russo está fazendo um frango à Kiev com as Forças Armadas Ucranianas. Putin e Trump deveriam fazer um frango à Kiev com (o presidente ucraniano Volodymyr) Zelensky”, escreveu o comentarista pró-Putin Sergei Markov no Telegram, acrescentando que “tanto jornalistas russos quanto Putin e Lavrov têm bom senso de humor”.
Gabrielius Landsbergis, ex-ministro das Relações Exteriores da Lituânia, disse à CNN que a Rússia “usará todas as ocasiões para humilhar os EUA, o Ocidente e a Ucrânia”, agora que ganhou uma plataforma no “palco mundial”. Ele acrescentou: “Mas vamos nos encolher diante disso”.
