Saiba quais são os 6 estados decisivos para a eleição de 2022 nos Estados Unidos
Todos têm corridas eleitorais críticas que irão determinar o controle do Senado, da Câmara e dos governos estaduais
Seis estados estarão no centro do universo político dos Estados Unidos nesta semana. Eles são os cinco que o presidente Joe Biden quer conseguir “virar” do Partido Republicano, para o Partido Democrata, em 2020: Arizona, Geórgia, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, além de Nevada, historicamente democrata.
Todos têm corridas eleitorais críticas que irão determinar o controle do Senado, da Câmara e dos governos estaduais. O que acontece nesses estados terá impactos em questões como os direitos ao aborto, a política econômica, a educação e a crise climática — não apenas dentro das suas fronteiras, mas também em todo o país.
Segue uma versão resumida do que você precisa saber sobre essas disputas nas eleições de meio de mandato.
Arizona
Histórico
Em 2020, Biden se tornou o primeiro candidato presidencial do Partido Democrata a vencer no Arizona desde Bill Clinton em 1996. Biden e Clinton foram os únicos candidatos presidenciais democratas a vencer no estado em mais de 70 anos.
O que pode acontecer
O Partido Republicano espera vencer no Arizona depois do Partido Democrata ter aberto caminhos no estado em 2020, quando Biden ganhou ali e Mark Kelly conquistou um assento no Senado para Democratas.
No entanto, o GOP (como é conhecido o Partido Republicano) não colocou republicanos moderados para ajudar na causa. A candidata
republicana ao governo, Kari Lake, e o candidato ao Senado, Blake Masters, foram ambos endossados por Trump e manifestaram o seu ceticismo com a vitória legítima de Biden no estado.
Um grande bloco eleitoral no Arizona, que pode decidir a eleição, é o de latinos, que representaram 19% do eleitorado em 2020, de acordo com as pesquisas de boca de urna. Essa importante parcela de eleitores votou em Biden, que ganhou 61% da votação de latinos, em comparação com os 37% de Trump.
Os democratas precisam ter um bom desempenho no condado de Maricopa para manter o assento do Senado e conquistar o governo estadual. O condado, que inclui Phoenix, é o lar da maioria dos eleitores registrados no Arizona. Formado em grande parte por trabalhadores de escritórios e lar de uma forte economia de alta tecnologia, o condado sempre foi historicamente republicano, mas está se virando para democratas nos últimos anos.
Geórgia
Histórico
Quando Biden venceu a Geórgia nas eleições presidenciais de 2020, ele se tornou o primeiro democrata desde Bill Clinton, em 1992, a conquistar o estado. Os dois foram únicos do partido a vencer ali desde que um egresso da Geórgia, o ex-presidente Jimmy Carter, foi eleito em 1976.
O que pode acontecer
Os dois últimos ciclos eleitorais provaram como podem ser apertadas as eleições na Geórgia, algo que deve se repetir agora. Tal como o
controle do Senado coube à Geórgia em 2020, o mesmo pode acontecer em 2022.
No último ciclo, os democratas Jon Ossoff e Raphael Warnock ganharam assentos no Senado e mudaram o controle da Câmara para os Democratas. Warnock competirá agora por um mandato completo contra Herschel Walker, um ex-astro do futebol americano catapultado por Trump, que manteve o apoio dos republicanos mesmo com vários escândalos ao longo da campanha.
O governador republicano Brian Kemp sobreviveu a um adversário nas primárias apoiado por Trump depois de rejeitar as mentiras de Trump a respeito da eleição em 2020. Kemp ganhou o seu primeiro mandato em 2018, vencendo a democrata Stacey Abrams por apenas 55 mil votos. Abrams nunca admitiu a derrota e os dois se enfrentarão novamente agora. Só que, dessa vez, Kemp está concorrendo como um republicano que enfrentou Trump. Se Abrams ganhar, ela será a primeira mulher negra a governar na história dos EUA.
Michigan
Histórico
Biden venceu no Michigan para o Partido Democrata em 2020, depois de Donald Trump ter se tornado o primeiro Republicano a vencer no
estado desde George H.W. Bush em 1988. Biden ganhou no Michigan por menos de 155 mil votos.
O que pode acontecer
Todos os olhos em Michigan estarão na corrida ao governo estadual, com a governadora atual, a democrata Gretchen Whitmer, enfrentando o comentarista conservador Tudor Dixon, que espera que o seu apoio a Trump devolva o estado aos republicanos.
O direito ao aborto também estará nas urnas. Os democratas esperam que a questão ajude a aumentar a presença dos eleitores de suas bases.
A própria eleição também será um tema crucial, já que os eleitores do Michigan irão decidir sobre uma medida a ser votada para expandir o acesso às urnas e eleger um novo secretário de estado. A democrata Jocelyn Benson, a atual secretária de estado, enfrenta a republicana
Kristina Karamo, que apoiou as mentiras de Trump sobre as eleições de 2020.
Para manter o Michigan democrata, o partido precisa ter bom desempenho nos condados da área de Detroit, bem como subir a pontuação em partes mais democráticas do estado, como Ann Arbor e Lansing.
É provável que os republicanos tenham sucesso nas partes oeste e norte do estado e tentem aumentar o apoio na área historicamente conservadora em torno de Grand Rapids, que se tornou mais democrata nos últimos anos.
Nevada
Histórico
Todos os candidatos que venceram a eleição presidencial de 1980 a 2012 também ganharam em Nevada. A sequência foi quebrada
quando Hillary Clinton ganhou em Nevada em 2016 (mas perdeu para Trump no nível nacional), mas voltou a se formar votando a favor de
Biden em 2020.
Biden conquistou o estado por uma margem ligeiramente menor do que Clinton, apesar do seu desempenho melhorado ao nível nacional. Embora os democratas tenham vencido no estado em todas as eleições presidenciais desde 2008, a margem diminuiu um pouco a cada vez.
O que pode acontecer
Como Nevada ainda luta para se recuperar da recessão da pandemia que atingiu fortemente o setor do turismo, a senadora Catherine
Cortez Masto e o governador Steve Sisolak estão entre os atuais ocupantes do posto mais vulneráveis do Partido Democrata.
Cortez Masto enfrenta a concorrência para o Senado de Adam Laxalt, ex-procurador-geral do estado, que, apesar de perder a eleição para
governador em 2018, ganhou no estado em 2014. Já o governador Sisolak está correndo contra Joe Lombardo, o xerife do maior condado
do estado.
A democracia também está nas urnas, com o republicano Jim Marchant, que duvidou das eleições de 2020, concorrendo ao posto de secretário de estado.
Os candidatos republicanos normalmente se saem melhores nos condados rurais mais escassamente povoados do estado. No entanto, as corridas em todo o estado são geralmente ganhas ou perdidas em Las Vegas, de tendência democrata, e nas comunidades circundantes do Condado de Clark.
Pensilvânia
Histórico
Biden trouxe a Pensilvânia de volta para a coluna democrata em 2020. Trump venceu por pouco no estado em 2016, mas, antes disso, o estado havia votado nos democratas em seis eleições presidenciais consecutivas.
O que pode acontecer
O estado que colocou Biden no topo em 2020 será o lar de algumas das mais importantes corridas ao senado e ao governo estadual no
país.
Os republicanos esperam ganhar um assento no Senado, com Mehmet Oz, uma ex-celebridade da TV, enquanto o atual vice-governador, John Fetterman, espera que o seu jeito não tradicional o ajude a mover o assento para a coluna dos democratas.
Na corrida para governador, o procurador-geral do estado, Josh Shapiro, está tentando manter o controle democrático do governo da Pensilvânia. A corrida assumiu uma importância ainda maior pelo fato de o governador ter o poder de nomear a autoridade responsável
pelas eleições. O adversário de Shapiro é o senador estadual republicano Doug Mastriano, que foi uma figura central nos esforços de Trump para anular as eleições de 2020.
A base democrática na Pensilvânia reside na Filadélfia urbana e em Pittsburgh, enquanto os republicanos marcam a posição na parte
central mais rural do estado. Os subúrbios de Filadélfia têm se mantido mais democratas, enquanto os republicanos melhoraram nas partes oeste e nordeste do estado.
Wisconsin
Histórico
Em 2020, Biden trouxe Wisconsin de volta para os democratas com menos de um ponto de diferença depois de Trump ter conquistado o estado em 2016, também de forma apertada. A vitória de Trump quebrou a sequência de candidatos presidenciais democratas que ganharam as sete eleições anteriores no estado.
O que pode acontecer
Wisconsin é um dos estados os mais estreitamente divididos na nação. O senador republicano Ron Johnson e governador democrata
Tony Evers ambos enfrentam campanhas de reeleição altamente competitivas.
Johnson, que tem uma história de declarações controversas sobre a pandemia e o ataque ao Capitólio de 6 de janeiro, enfrenta o
democrata Mandela Barnes, que no passado chegou a apoiar a remoção do financiamento da polícia.
Evers enfrenta o empresário republicano Tim Michels, que ganhou o apoio de Trump nas primárias por ampliar agressivamente as mentiras do ex-presidente sobre as eleições de 2020.
Os democratas recebem o maior apoio de Milwaukee, historicamente democrata, e da capital Madison. A base republicana fica nos subúrbios mais ricos do norte e oeste de Milwaukee, bem como nos condados menos povoados do centro de Wisconsin.