Segundo tufão a atingir Filipinas obriga mais de 1,4 milhão a se deslocarem

Fenômeno chamado de Fung-wong ameaça o país ainda em recuperação dos danos causados pelo Kalmaegi, que deixou quase 200 mortos no arquipélago e no Vietnã

Laura Sharman, da CNN
Passagem do supertufão Fung-wong deixa mortos nas Filipinas  • Reuters
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Um segundo tufão atingiu as Filipinas, uma semana após outras tempestade causas destruição no país, enquanto moradores nas áreas afetadas foram alertados para deixarem suas casas devido à ameaça de ventos destrutivos e perigosas elevações do nível do mar.

Um deslizamento de terra soterrou uma casa e matou duas crianças na cidade de Kayapa, na região central de Luzon, informou à agência de notícias Reuters nesta segunda-feira o oficial regional da Defesa Civil, Alvin Ayson.

O Fung-wong, conhecido localmente como Uwan, vem logo após o tufão Kalmaegi, que causou a morte de quase 200 pessoas na região central do arquipélago, além de cinco vítimas no Vietnã.

A PAGASA, agência de metereologia do país, pediu aos moradores de áreas baixas e costeiras que fugissem para locais mais altos e suspendam todas as atividades marítimas.

A agência alertou sobre ventos violentos e ondas destrutivas em Luzon — a ilha mais populosa do país, onde fica a capital Manila — além das ilhas Visayas e Siargao, conhecida como a capital do surfe do país.

Várias companhias aéreas, incluindo a Philippine Airlines, cancelaram voos, segundo a Autoridade de Aviação Civil das Filipinas.

As agências meteorológicas elevaram o Fung-wong à categoria de tufão na noite de sexta-feira (7), apenas algumas horas após rebaixarem o Kalmaegi.

As Filipinas são alvos de tufões, e o Fung-wong é a 21ª tempestade nomeada a atingir o país este ano, segundo autoridades locais.

Sem pausa para recuperação

Seu antecessor, Kalmaegi, deixou um rastro de morte e destruição ao passar pelo centro das Filipinas na terça-feira (4), reduzindo bairros inteiros a escombros e deslocando dezenas de milhares de pessoas.

Pelo menos 188 pessoas morreram, a maioria na província de Cebu, um ponto turístico, segundo autoridades locais.

Embora não tenha sido a tempestade mais forte a atingir o país, seu movimento lento fez com que despejasse grandes volumes de água sobre áreas densamente povoadas

Autoridades informaram que a maioria das pessoas morreu por afogamento.

O impacto foi agravado por canais de água obstruídos em uma área já propensa a inundações, e uma aparente falta de compreensão dos alertas antecipados, disse Bernardo Rafaelito Alejandro IV, vice-administrador do Escritório de Defesa Civil das Filipinas, à mídia local.

Alvo de fenômenos

As Filipinas são um dos países mais suscetíveis a inundações na Ásia, mas este ano também está envolvido em um enorme escândalo de corrupção relacionado a projetos de controle de enchentes, que levou milhares de manifestantes às ruas.

Dezenas de legisladores, senadores e empresas de construção foram acusados de receber propinas com dinheiro destinado a milhares de projetos de controle de enchentes.

Cientistas há muito alertam que a crise climática causada pelo homem —  pela qual as nações industrializadas têm maior responsabilidade histórica — apenas intensificou a escala e a intensidade das tempestades regionais que afetam desproporcionalmente as populações do Sul Global.

O Pacífico Ocidental é a bacia tropical mais ativa da Terra, mas as temperaturas globais dos oceanos têm atingido níveis recordes nos últimos oito anos.

Oceanos mais quentes, alimentados pelo aquecimento global causado pelo homem, fornecem energia abundante para o fortalecimento das tempestades.

A crise climática está potencializando eventos de chuva, já que o ar mais quente pode reter mais umidade, que então é despejada sobre vilas, cidades e comunidades, como já aconteceu esta semana no Sudeste Asiático.

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