Tempestade única em 300 anos atinge Tailândia e afeta 127 mil famílias
Fenômeno causou inundações devastadoras no sul do país e isolou maternidade com 30 recém-nascidos; pelo menos 19 pessoas morreram

Uma tempestade considerada “única em 300 anos” atingiu o sul da Tailândia, provocando inundações com mais de dois metros e meio de altura que, em uma cidade, isolaram uma ala de maternidade com 30 recém-nascidos, segundo funcionários e autoridades.
De acordo com o Ministério da Saúde Pública, pelo menos 19 pessoas morreram em todo o sul do país, principalmente por eletrocussão e acidentes relacionados às enchentes.
As chuvas mais intensas foram registradas na cidade de Hat Yai, importante centro de transporte e comércio na província de Songkhla, que registrou “a maior precipitação em 300 anos”, segundo o Departamento Real de Irrigação do país.
Esse número se refere à raridade desse tipo de tempestade, com probabilidade de ocorrência de uma vez a cada 300 anos, explicaram as autoridades à CNN.
Até segunda-feira (24), nove províncias no sul da Tailândia ainda estavam inundadas, afetando mais de 127 mil residências, segundo autoridades locais.
Algumas regiões registraram quase 400 milímetros de chuva acumulada — agravada pelo transbordamento de rios e enchentes repentinas.
Em Hat Yai, as águas atingiram até 2,5 metros de profundidade, varrendo a cidade e inundando residências. Fotos mostram ruas completamente submersas, com casas parcialmente cobertas pela água e equipes de emergência em barcos resgatando moradores e entregando suprimentos.
Funcionários do Hospital Hat Yai descreveram uma cena frenética nesta terça-feira (25), com o fornecimento de água e eletricidade parcialmente interrompido desde a noite de segunda-feira.
Há cerca de 30 recém-nascidos na ala infantil, cujos pais não estão no hospital. “O hospital precisa cuidar deles”, disse a enfermeira Fasiya Fatonni, acrescentando que os pais dos bebês “estão preocupados, mas não conseguem chegar aqui, a água está subindo e todo o transporte está interrompido.”
Ela compartilhou fotos da ala infantil, mostrando enfermeiras sentadas em uma sala escura iluminada apenas por uma única lâmpada; ventiladores de chão foram posicionados ao redor da sala para manter os recém-nascidos frescos em seus berços.
A ala está no terceiro andar do hospital, esperançosamente alto o suficiente para que não seja necessário retirada, declarou ela.
Mas outra enfermeira, Pattiya Ruamsook, está preocupada com o aumento das enchentes.
“Ontem, a água cobria apenas o primeiro andar, agora já subiu para o segundo andar”, relatou Ruamsook.

Cerca de 500 pessoas estavam no hospital até esta terça-feira, incluindo 200 pacientes internados, acrescentou ela, pedindo às autoridades que ajudem a entregar mais água potável aos que estão isolados.
O departamento de irrigação informou na segunda-feira (24) que estava trabalhando com várias outras agências governamentais e autoridades locais para responder às inundações regionais, incluindo o envio de caminhões para entregar suprimentos e retirar pessoas em áreas de alto risco.
Eles também estão trabalhando para drenar a água o mais rápido possível, instalando dezenas de bombas d”água e propulsores para desviar a água da inundação para o Lago Songkhla e o Golfo da Tailândia, na costa leste do país.
Quando as fortes chuvas cessarem, espera-se que as inundações nas províncias do sul “diminuam gradualmente”, embora as autoridades mantenham “vigilância especial” nas áreas baixas, conforme o departamento de irrigação.
As chuvas intensas dos últimos dias também afetaram países vizinhos. Na Malásia, mais de 15 mil pessoas estão em abrigos, embora não tenham sido registradas mortes, segundo a agência de notícias Reuters.
Enquanto isso, no centro do Vietnã, inundações e deslizamentos de terra mataram 91 pessoas na semana passada e deixaram 1,1 milhão de residências e empresas sem energia — embora os níveis de água tenham começado a baixar na segunda-feira, informou a Reuters.



