O Catar anunciou que a trégua entre Israel e Hamas começará, na madrugada desta sexta-feira (24).
Em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (23), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do governo catari Majed Al-Ansari disse que os combates serão interrompidos às 7h da manhã, no horário local (2h, horário de Brasília).
O Catar também disse já ter recebido a lista de civis detidos como reféns pelo Hamas em Gaza e que serão soltos.
A primeira leva, com 13 mulheres e crianças, deve ser libertada às 16h, no horário local (11h, no horário de Brasília).
Os planos para libertar os primeiros reféns no âmbito do acordo que Israel fechou com o Hamas foram adiados na noite de quarta-feira (22), poucas horas ates da trégua entrar em vigor.
O Conselho de Segurança Nacional de Israel disse mais cedo nesta quinta, em comunicado, que o primeiro grupo de reféns não seria libertado antes de sexta-feira.
“As negociações para libertar nossos reféns estão avançando e em andamento. O início do processo de libertação ocorrerá seguindo o acordo original entre ambas as partes, e não antes de sexta-feira”, afirmou o comunicado.
Israel e o Hamas já haviam chegado a um acordo para interromper os combates por quatro dias e libertar pelo menos 50 mulheres e crianças das mais de 230 mantidas reféns em Gaza.
Uma autoridade israelense disse à CNN, na quarta-feira, que a trégua estava programada para começar às 10h, horário local (5h, horário de Brasília), nesta quinta-feira.
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As negociações sobre como implementar o acordo de reféns entre Israel e o Hamas estão em andamento e progredindo positivamente, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar.
“O trabalho entre as duas partes e os nossos parceiros no Egito e nos EUA está em curso para garantir a rápida implementação da trégua e para fornecer o que é necessário para garantir que ambas as partes aderem ao acordo”, acrescenta o comunicado.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) continuaram as operações terrestres e aéreas em Gaza na quarta-feira, antes do esperado início da trégua, realizando ataques nas partes nordeste e central da Faixa de Gaza.
Áreas mais ao sul, incluindo Khan Younis e Rafah, também foram atingidas, segundo relatos palestinos.
As forças israelenses continuaram a atacar alvos até esta quinta-feira, disseram as FDI, inclusive no noroeste de Jabalia.
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Acredita-se que o Hamas esteja abrigando no subsolo um número considerável de combatentes e armas
• Reuters
O conflito entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro quando o grupo extremista islâmic disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre o país judaico. A ofensiva contou ainda com avanços de tropas por terra e pelo mar
• Reuters
Foguetes disparados em Israel a partir de Gaza
• REUTERS/Amir Cohen
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Após os ataques aéreos, o Hamas avançou no território israelense e invadiu a área onde estava acontecendo um festival de música eletrônica; mais de 260 corpos foram encontrados no local
• Reprodução CNN
Carros foram deixados para trás pelos motoristas que tentavam fugir do grupo extremista islâmico
• Reuters
Imagens mostram carros abandonados e sinais de explosões após ataque em festival de música eletrônica em Israel
• Reuters
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As forças israelenses responderam com uma contraofensiva que atingiu Gaza e deixou vítimas, inclusive, em campos de refugiados. Israel declarou "cerco total" e suspendeu o abastecimento de água, energia, combustível e comida ao território palestino
• 13/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
Destruição em campo de refugiados palestinos em Gaza após ataque aéreo de Israel
• Reuters
Pessoas carregam o corpo de palestino morto em ataque israelense no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza
• 09/10/2023 REUTERS/Mahmoud Issa
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Campo de refugiados palestinos atingido em meio a ataques aéreos israelenses em Gaza
• Reuters
Prédios destruídos na Faixa de Gaza
• Ahmad Hasaballah/Getty Images
Escombros de prédio destruído após sataques em Sderot, no sul de Israel
• Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images
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Delegacia destruída no sul de Israel após ataque do Hamas
• REUTERS/Ronen Zvulun
Palestinos queimam pneus de carros e bloqueiam estradas enquanto entram em confronto com as forças israelenses no distrito de Beit El, em Ramallah, na Cisjordânia
• Anadolu Agency via Getty Images
As Brigadas Izz ad-Din al-Qassam seguram uma bandeira palestina enquanto destroem um tanque das forças israelenses em Gaza
• Hani Alshaer/Anadolu Agency via Getty Images
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Bombeiros tentaram apagar incêndios em Israel após bombardeio de Gaza no sábado (7)
• Reuters
Foguetes disparados de Gaza em direção a Israel na manhã de sábado (7)
• CNN
Veja como funciona o sistema antimíssil de Israel
• CNN
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Ataque israelense na Faixa de Gaza
• 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza
• 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza
• Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Imagens se satélite mostram destruição na Faixa de Gaza
• Reprodução/Reuters
Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023.
• Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023.
• Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
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Barco de pesca pega fogo no porto de Gaza após ser atingido por ataques de Israel.
• Reuters
Palestinos caminham em meio a destroços de prédios destruídos por Israel em Gaza
• 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
Palestinos caminham em meio a destroços de prédios em Gaza destruídos por ataques de Israel
• 09/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Soldados israelenses carregam corpo de vítima de ataque realizado por militantes de Gaza no kibbutz de Kfar Aza, no sul de Israel
• 10/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
Destruição em Gaza provocada por ataques israelenses
• 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
Ataque israelense na Faixa de Gaza
• 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza
• 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
Munição israelense é vista em Sderot, Israel, na segunda-feira
• Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency via Getty Images
Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza
• Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Chamas e fumaça durante ataque israelense a Gaza
• 09/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
Sistema antimísseis de Israel intercepta foguetes lançados da Faixa de Gaza
• 09/10/2023REUTERS/Amir Cohen
Hospital na Faixa de Gaza usa geladeiras de sorvete para colocar cadáveres devido à superlotação do necrotério
• Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images
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Fumaça sobe após um ataque aéreo israelense no oitavo dia de confrontos na Faixa de Gaza, em 14 de outubro de 2023
• Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
Homem palestino lava as mãos em uma poça ao lado de um prédio destruído após os ataques israelenses na Cidade de Gaza
• Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Embaixada dos EUA no Líbano é alvo de protestos
• Reprodução CNN
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Palestinos protestam na Cisjordânia contra ataques de Israel
Hospital em Gaza é atingido por um míssil
• Reprodução
Hospital atacado em Gaza
• Reprodução
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Palestinos procuram vítimas sob escombros de casas destruídas por ataque israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
• 17/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Cidadã palestina inspeciona sua casa destruída durante ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza em 17 de outubro de 2023 em Khan Yunis
• Ahmad Hasaballah/Getty Images
Tanque de guerra israelense
• Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
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Ataque de Israel contra Gaza
• 11/10/2023REUTERS/Saleh Salem
As FDI também disseram nesta quinta-feira que soldados israelenses localizaram um túnel dentro de uma mesquita e localizaram e atingiram outro túnel em uma área agrícola em Beit Hanoun.
Os soldados das FDI teriam localizado “numerosas armas” e identificaram um túnel dentro de uma residência civil na área.
O acordo marcou um grande avanço diplomático quase sete semanas após o início de um conflito que se transformou numa grave crise humanitária em Gaza.
O anúncio foi recebido com alívio e maior expectativa pelas famílias dos reféns.
O acordo, tal como apresentado pelo principal negociador, Catar, permitiria a libertação de reféns mantidos em cativeiro pelo Hamas em troca de uma série de mulheres e crianças palestinas nas prisões de Israel.
Veja também: Análise: A troca de prisioneiros palestinos por reféns de Israel
A trégua também permitiria a entrada de “um maior número de comboios humanitários e ajuda humanitária”, afirmou o comunicado.
Existe a opção da pausa durar até 10 dias, mas as autoridades israelenses acreditam que é improvável que dure tanto tempo.
Netanyahu disse quando o acordo foi aprovado que para cada 10 reféns adicionais libertados, haverá uma pausa extra de um dia nos combates.
O Hamas mantém 236 reféns em Gaza, incluindo cidadãos estrangeiros de 26 países, segundo dados dos militares de Israel.
Os raptos em massa sob a mira de armas ocorreram durante o dia 7 de Outubro, quando militantes do Hamas atacaram através da fronteira num ataque surpresa coordenado e sangrento que matou cerca de 1.200 pessoas – o maior ataque deste tipo a Israel desde a fundação do país em 1948.
Antes do acordo, apenas alguns reféns haviam sido libertados.
Israel respondeu ao ataque declarando guerra ao Hamas e impondo um cerco a Gaza que cortou o fornecimento de alimentos, água, medicamentos e combustível, ao mesmo tempo que lançou um ataque aéreo e terrestre implacável.
Cerca de 12.700 pessoas foram mortas em Gaza desde 7 de Outubro, segundo dados do Ministério da Saúde palestino na Cisjordânia, que se baseia em informações das autoridades de saúde geridas pelo Hamas.
Veja também: Netanyahu diz que acordo de reféns não inclui “libertação de assassinos” por Israel