Trump e Zelensky têm "total clareza" sobre próximos passos, diz embaixadora
Nesta segunda (20), Stefanishyna contestou que a reunião entre os líderes tenha sido "agressiva" ou "negativa"

A embaixadora ucraniana nos EUA, Olga Stefanishyna, disse que os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky saíram da reunião de sexta-feira (17) com "total clareza" sobre os "próximos passos".
Nesta segunda-feira (20), ela contestou que a reunião tenha sido "agressiva" ou "negativa", mas disse que se tratava de "um diálogo" sobre o fim da guerra.
Mais cedo, a CNN noticiou que o almoço de trabalho de Trump com Zelensky se tornou acirrado quando o líder americano insistiu que a Ucrânia fizesse concessões territoriais à Rússia para encerrar a guerra, de acordo com autoridades europeias informadas sobre a reunião.
Trump, que mais tarde endossaria o congelamento das linhas de batalha atuais como parte de um acordo de paz, ficou frustrado e levantou a voz várias vezes, disseram as autoridades.
“Não há falha de comunicação. Não há mal-entendido”, disse Stefanishyna em um evento organizado pelo Washington Diplomat.
“Há uma confiança, essa confiança traz franqueza à discussão.”
Stefanishyna disse que Trump “realmente entende muito sobre o que aconteceu no Alasca”.
“Ele realmente investe muito tempo em sua comunicação com o presidente Zelensky”, disse ela, acrescentando que o presidente dos EUA fez muitas perguntas.
Stefanishyna observou que Zelensky reconheceu que “houve uma discussão sobre a possível maneira de parar na linha existente enquanto se pensava no que viria a seguir”.
A embaixadora ucraniano disse que a disposição de congelar as linhas de conflito para negociar é “um grande passo do lado ucraniano”.
Questionada pela CNN se Trump havia estabelecido alguma linha vermelha para a Rússia ou a Ucrânia e se havia se comprometido a não negociar mudanças territoriais sem a Ucrânia, a embaixadora não deu uma resposta direta.
“A sala estava cheia de gente inteligente, então... seria absolutamente ingênuo tentar chegar a um acordo sobre algo 100% antes da discussão”, disse ela.
“Partimos do fato de que a Rússia não está pronta para negociar. Eles estão longe de sequer se sentar à mesa e falar sobre o fim da guerra, porque a guerra é o sangue que mantém a Rússia viva”, continuou Stefanishyna.
Ela também disse que “as coisas podem realmente mudar” nas semanas que antecederam o encontro planejado entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, em Budapeste.
“Muitas coisas mudam entre o encontro em Nova York e o encontro em Washington” entre Trump e Zelesnsky, observou ela, sem dar mais explicações.
Stefanishyna disse que a intenção de realizar o encontro Trump-Putin na cidade onde o Memorando de Budapeste foi assinado foi uma escolha “simbólica".
No entanto, ela disse que, se o encontro pudesse servir para acabar com a guerra, “deveria ter uma chance”.