Trump: Zelensky e Putin devem se reunir; cessar-fogo depende da Ucrânia
Presidente deu entrevista à Fox News após se encontrar com o líder russo no Alasca

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que uma reunião conjunta com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky será marcada e que o cessar-fogo agora depende do líder ucraniano.
“Agora cabe realmente ao presidente Zelensky fazer com que isso aconteça”, disse Trump em uma entrevista à Fox News após a sua reunião com Putin no Alasca nesta sexta-feira (15). “Eles vão marcar uma reunião agora entre o presidente Zelensky, o presidente Putin e eu, eu acho.”
Trump afirmou que tanto o presidente russo quanto o presidente ucraniano desejam que ele participe de uma possível futura reunião para discutir um caminho para a paz.
“Ambos me querem lá e eu estarei lá", disse ele.
Questionado se estava confiante de que a paz poderia acontecer em período de tempo relativamente curto, Trump respondeu: “Bastante curto, sim”.
Trump também admitiu que estava errado ao pensar que o conflito Rússia-Ucrânia seria “o mais fácil” de todos os conflitos de resolver, relembrando sua promessa de campanha de acabar com a guerra em 24 horas.
“Achei que seria o mais fácil de todos e foi o mais difícil”, disse Trump.
Durante a entrevista, Trump não detalhou quais são as questões finais que impedem um acordo, dizendo apenas que quer “ver o que podemos fazer”. Mas apesar de não ter chegado a um acordo durante a reunião com Putin, ele considerou a cúpula um sucesso, classificando a reunião com uma nota 10. "Nos demos muito bem", disse Trump"
“Quero garantir de que [um acordo] será feito”, acrescentou. “E temos uma boa chance de conseguir isso.”
Mais cedo, em uma coletiva de imprensa ao lado de Putin, Trump disse que a reunião rendeu progresso nas negociações, mas disse que o principal ponto ainda não foi destravado.
"Muitos pontos foram acordados. Restam apenas alguns poucos. Alguns não são tão significativos. Um é provavelmente o mais significativo, mas temos boas chances de chegar lá. Não chegamos lá, mas temos boas chances de chegar lá", disse Trump a repórteres em Anchorage, Alasca.
Putin agradeceu ao presidente americano pelo tom amigável e de cooperação do encontro, e disse que está interessado em acabar com a guerra na Ucrânia.
Entenda a guerra na Ucrânia
A Rússia iniciou a invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022 e detém atualmente cerca de um quinto do território do país vizinho.
Ainda em 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, decretou a anexação de quatro regiões ucranianas: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
Os russos avançam lentamente pelo leste e Moscou não dá sinais de abandonar seus principais objetivos de guerra. Enquanto isso, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pressiona por um acordo de paz.
A Ucrânia tem realizado ataques cada vez mais ousados dentro da Rússia e diz que as operações visam destruir infraestrutura essencial do Exército russo.
O governo de Putin, por sua vez, intensificou os ataques aéreos, incluindo ofensivas com drones. Os dois lados negam ter como alvo civis, mas milhares morreram no conflito, a grande maioria deles ucranianos.
Acredita-se também que milhares de soldados morreram na linha de frente, mas nenhum dos lados divulga números de baixas militares. Os Estados Unidos afirmam que 1,2 milhão de pessoas ficaram feridas ou mortas na guerra.



