Ucrânia acusa Rússia de atacar infraestrutura de usinas nucleares
Segundo o Ministério das Relações Exteriores do país, a ofensiva viola o direito internacional humanitário

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia denunciou nesta sexta-feira (31) o que descreveu como ataques russos a subestações essenciais para o fornecimento de energia externa às usinas nucleares ucranianas.
A Rússia realizou "ataques direcionados a essas subestações", segundo um comunicado divulgado pelo Ministério.
"Ataques deliberados contra instalações de energia civis que afetam diretamente a operação segura de instalações nucleares apresentam as características do terrorismo nuclear e constituem uma grave violação do direito internacional humanitário", acrescentou.
O Ministério fez referência a uma declaração emitida na quinta-feira pela agência de vigilância nuclear da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica, relatando atividade militar "que causou danos a subestações críticas para a segurança nuclear na Ucrânia".
O comunicado da AIEA relatou incidentes perto de duas usinas nucleares — a do sul da Ucrânia e a de Khmelnitskyi — que levaram à perda de acesso de cada usina a uma linha de energia externa.
Uma terceira central elétrica em Rivne foi obrigada a reduzir a potência em dois de seus quatro reatores, acrescenta o comunicado da AIEA.
Troca de acusações
A Rússia e a Ucrânia acusam-se mutuamente, regularmente, de se envolverem em atividades militares que comprometem a segurança das quatro centrais nucleares em funcionamento na Ucrânia, em particular a central de Zaporizhzhia.
Nas primeiras semanas da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, as forças russas tomaram a usina de Zaporizhzhia, a maior da Europa, com seis reatores.
A declaração da AIEA se referiu aos esforços contínuos para reconectar a segunda das duas linhas de energia externas à usina de Zaporizhzhia, vital para manter o combustível nuclear resfriado e evitar acidentes com o núcleo.
As duas ligações externas à central de Zaporizhzhia ficaram inoperantes durante cerca de 30 dias, entre setembro e outubro, obrigando as autoridades a recorrer a geradores a diesel de emergência.
Kiev e Masacusaram-se mutuamente de terem causado a interrupção e de terem dificultado os esforços para a sua resolução.
Não houve reação russa às declarações da AIEA ou da Ucrânia.


