Vaticano critica bispos que alimentam divisão e pede moderação nas redes sociais
Apelo faz parte de um documento de 20 páginas do departamento de comunicações da Santa Sé
O Vaticano pediu aos bispos e importantes líderes católicos leigos, nesta segunda-feira (29), que moderassem seus comentários nas redes sociais, afirmando que alguns estavam causando divisões e alimentando polêmicas que prejudicam toda a Igreja.
O apelo faz parte de um documento de 20 páginas do departamento de comunicações do Vaticano intitulado “Rumo à presença plena. Uma reflexão pastoral sobre o envolvimento com as mídias sociais”.
O documento, dirigido a todos os católicos, alerta sobre os perigos das notícias falsas nas redes sociais e outras formas de abuso que transformaram as pessoas em mercadorias cujos dados são vendidos muitas vezes sem o conhecimento ou consentimento delas.
A mensagem condenou a polarização e o extremismo que levaram ao “tribalismo digital” nas mídias sociais, dizendo que os indivíduos frequentemente se fechavam em bolhas de opinião que dificultavam o diálogo e muitas vezes levavam à violência, abuso e desinformação.
“O estilo cristão deve ser reflexivo, não reativo, nas mídias sociais. Portanto, todos devemos ter cuidado para não cair nas armadilhas digitais escondidas em conteúdos que são intencionalmente projetados para semear conflito entre os usuários, causando indignação ou reações emocionais”, disse o comunicado.
“O problema da comunicação polêmica e superficial e, portanto, divisiva, é particularmente preocupante quando vem da liderança da Igreja: bispos, pastores e líderes leigos proeminentes”, afirmou.
Vários bispos católicos conservadores e comentaristas de alto nível, principalmente nos Estados Unidos, criticaram o papa Francisco no Twitter, com alguns endossando ataques ferozes, de extrema direita, em vídeos contra o pontífice.