Vice de Trump diz que qualquer acordo vai desagradar Rússia ou Ucrânia
Expectativa é pelo encontro entre o presidente dos EUA e líder russo Vladimir Putin no dia 15 de agosto, no Alasca
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, disse que é improvável que um acordo negociado entre a Rússia e a Ucrânia satisfaça qualquer um dos lados e que qualquer acordo de paz provavelmente deixará Moscou e Kiev "infelizes".
O republicano disse que os EUA buscam um acordo que os dois países possam aceitar.
"Não vai deixar ninguém muito feliz. Tanto os russos quanto os ucranianos, provavelmente, no final das contas, ficarão insatisfeitos com isso", disse Vance em uma entrevista à Fox News que foi ao ar neste domingo (10).
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira (8) que se reunirá com o presidente russo, Vladimir Putin, em 15 de agosto, no Alasca, para negociar o fim da guerra na Ucrânia.
Trump disse que a Rússia e a Ucrânia estão perto de um acordo de cessar-fogo que poderá por fim ao conflito de três anos e meio, possivelmente exigindo que a Ucrânia entregue um território significativo.
Zelensky, no entanto, disse no sábado (9) que a Ucrânia não pode violar sua constituição em questões territoriais, acrescentando: "Os ucranianos não darão suas terras aos ocupantes".
Na entrevista à Fox News gravada na sexta-feira, Vance disse que os Estados Unidos trabalham para agendar conversas entre Putin, Zelensky e Trump, mas que ele não achava que seria produtivo para Putin se reunir com Zelensky antes de falar com Trump.
"Estamos em um ponto em que estamos tentando descobrir, francamente, a programação e coisas assim, quando esses três líderes poderiam se sentar e discutir um fim para esse conflito", disse o vice-presidente.
Entenda a guerra entre Ucrânia e Rússia
A Rússia iniciou a invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022 e detém atualmente cerca de um quinto do território do país vizinho.
Ainda em 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, decretou a anexação de quatro regiões ucranianas: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia.
Os russos avançam lentamente pelo leste e Moscou não dá sinais de abandonar seus principais objetivos de guerra. Enquanto isso, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, pressiona por um acordo de paz.
A Ucrânia tem realizado ataques cada vez mais ousados dentro da Rússia e diz que as operações visam destruir infraestrutura essencial do Exército russo.
O governo de Putin, por sua vez, intensificou os ataques aéreos, incluindo ofensivas com drones.
Os dois lados negam ter como alvo civis, mas milhares morreram no conflito, a grande maioria deles ucranianos.
Acredita-se também que milhares de soldados morreram na linha de frente, mas nenhum dos lados divulga números de baixas militares.
Os Estados Unidos afirmam que 1,2 milhão de pessoas ficaram feridas ou mortas na guerra.