Vice-presidente do Paraguai, Hugo Velázquez renuncia após acusação de corrupção

Velázquez negou a acusação e retirará sua candidatura à presidência

Daniela Desantis e Paul Grant, da Reuters
Hugo Velázquez, vice-presidente do Paraguai  • Reprodução / Facebook
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O vice-presidente paraguaio, Hugo Velázquez disse nesta sexta-feira (12) que renunciará e retirará sua candidatura à presidência, depois de ser colocado na lista negra dos Estados Unidos por supostos atos "significativos" de corrupção.

Velázquez negou a acusação, mas disse que, para proteger seu partido, apresentaria sua renúncia na próxima semana.

"Falo com a calma que meu comportamento me dá, porque não fiz o que estão me acusando", disse ele à rádio local Monumental. "Estou falando com a consciência limpa."

Na sexta-feira, o Departamento de Estado dos EUA acusou Velázquez de envolvimento em atos significativos de corrupção.

Um comunicado do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que o associado de Valazquez, Juan Carlos Duarte, ofereceu suborno a um funcionário público paraguaio para "obstruir uma investigação que ameaçava o vice-presidente e seus interesses financeiros".

O suborno oferecido foi superior a US$ 1 milhão, disse o embaixador dos EUA no Paraguai, Marc Ostfield, em comunicado.

Respondendo à notícia desta sexta-feira, o presidente paraguaio Mario Abdo disse aos jornalistas:

"Dadas as circunstâncias, continuar a candidatura do vice-presidente era inaceitável... Digo-o com dor porque é um amigo, um colega".

O associado de Valazquez, Duarte, disse à Reuters que também renunciou e vai cooperar com as autoridades, mas não comentou diretamente as acusações.

"Surpreende-me. Vou colocar-me à disposição deles (e) pedir as informações relevantes", disse, acrescentando que renunciou porque "é um cargo público e tenho que honrar as instituições".

Os familiares imediatos de Velázquez e Duarte também foram incluídos na lista na declaração de Blinken.

Em julho, o Departamento de Estado acusou o ex-presidente paraguaio Horacio Cartes de "corrupção significativa" e de obstruir uma investigação criminal transfronteiriça. Ele negou as acusações na época como "infundadas e injustas".