William Waack

Waack: Israel e Irã caminham para guerra sem fim previsível

Toda guerra combina razão, emoção e acaso — uma mistura impossível de controlar, apesar do que dizem os estrategistas

William Waack
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Era previsível como começaria a atual fase da guerra entre Israel e o Irã. Pois raramente uma força militar deixa de aproveitar a chance quando se vê superior ao adversário. E é isso que Israel está fazendo: aproveitando a superioridade bélica sobre o Irã.

Quando essa fase da guerra começaria também era razoavelmente previsível. Quando os dirigentes de um lado — no caso, o lado israelense — enxergassem uma vantagem política imediata. É o que o primeiro-ministro israelense vem fazendo — em grande parte por razões políticas domésticas.

Mas, no momento, é impossível prever como essa fase do conflito vai acabar.

Em primeiro lugar, pela própria natureza da guerra. Toda guerra envolve elementos emocionais e psicológicos. Mas também racionais e de cálculo. E depende de sorte, do acaso. E a combinação desses três fatores não é controlável, por mais que os estrategistas digam que tudo está indo de acordo com o plano.

E aí está, em segundo lugar, a questão mais complicada da fase atual desta guerra: qual é o plano final israelense?

Ninguém até hoje conseguiu mudar um regime inimigo atirando de longe.

No caso da psicologia do regime iraniano, ela está ligada aos oito anos de guerra depois de ter sido invadido pelo vizinho Iraque, no começo da década de 1980 — conflito que custou quase 1 milhão de mortos.

Nesse jeito de ver o mundo, simplesmente sobreviver aos ataques israelenses é considerado uma vitória.

Não se sabe quando e de que jeito Israel vai declarar vitória.