Zelensky e Europa pedem a Trump para pensar na Ucrânia em reunião com Putin
Presidente dos EUA se encontra com líder russo no Alasca na sexta-feira (15)

Os líderes europeus e da Ucrânia fizeram um último esforço na quarta-feira (13) para persuadir o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a não fechar um acordo de paz para a Ucrânia com o presidente russo, Vladimir Putin, que possa trair os interesses de Kiev.
Trump e Putin vão se reunir no Alasca na sexta-feira (15) para conversar sobre como encerrar o conflito de três anos e meio, o maior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O presidente americano disse que ambos os lados terão que trocar territórios para acabar com a luta, que já custou milhares de vidas.
Em um dia de intensa diplomacia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voou para Berlim para reuniões virtuais organizadas pela Alemanha com líderes europeus e Trump. Os europeus estão preocupados que uma troca de terras poderia deixar a Rússia com quase um quinto da Ucrânia e encorajar Putin a se expandir mais para o oeste no futuro.
Desde que anunciou a cúpula no Alasca, Trump minimizou as expectativas para as conversações, dizendo que seria uma reunião exploratória enquanto ele busca acabar com a guerra de Moscou contra a Ucrânia.
Em uma primeira videoconferência, Zelensky e seu anfitrião, o chanceler alemão Friedrich Merz, reuniram-se na quarta-feira com os líderes de Finlândia, França, Reino Unido, Itália, Polônia e União Europeia, bem como com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, para discutir sua proposta a Trump e tentar moldar o resultado da cúpula de sexta-feira (15).
Trump e o vice-presidente JD Vance se juntaram mais tarde à conversa, de acordo com uma fonte familiarizada com a situação.
"Falarei com os líderes europeus daqui a pouco. Eles são ótimas pessoas que querem ver um acordo fechado", escreveu Trump no Truth Social.
Europa e Ucrânia temem acordo desfavorável
A imprevisibilidade da cúpula no Alasca alimentou os temores dos europeus de que os EUA e a Rússia poderiam tomar decisões de longo alcance acima de suas cabeças e até mesmo tentar coagir a Ucrânia a um acordo desfavorável.
"Estamos nos concentrando agora para garantir que isso não aconteça -- interagindo com os parceiros dos EUA e permanecendo coordenados e unidos do lado europeu", disse uma autoridade sênior da Europa Oriental.
Com receio de irritar Trump, os líderes europeus têm dito repetidamente que saúdam seus esforços, ao mesmo tempo em que enfatizam que não deve haver acordo sobre a Ucrânia sem a participação de Kiev.
O governo de Trump moderou as expectativas na terça-feira (12), dizendo aos repórteres que a cúpula seria um "exercício de escuta" para que ele ouvisse o que seria necessário para chegar a um acordo.
O acordo de Trump na semana passada para a cúpula foi uma mudança abrupta após semanas em que ele vinha expressando frustração com Putin por resistir à iniciativa de paz dos EUA. Trump disse que seu enviado havia feito "grandes progressos" nas negociações em Moscou.
Meia dúzia de autoridades europeias graduadas disseram à Reuters que veem o risco de um acordo ser fechado que seja desfavorável para a Europa e para a segurança da Ucrânia. Eles disseram que a unidade europeia seria vital se isso acontecesse.