Zelensky pede que Ocidente permita ataques à Rússia com armas de longo alcance

Medida tem sido barrada até aqui por receio de retaliação nuclear do Kremlin

Sergiy Chalyi, da Reuters
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se reúne com premiê dos Países Baixos, Dick Schoof  • Reuters
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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta segunda-feira (2) que os aliados ocidentais da Ucrânia deveriam permitir que as suas armas fossem utilizadas em ataques de longo alcance na Rússia e, também, fornecer mais armas a Kiev.

A Ucrânia há muito que apela aos seus parceiros para que lhe permitam disparar armas ocidentais contra alvos mais distantes do território inimigo. Esses pedidos tornaram-se mais fortes à medida que os ataques aéreos russos contra instalações energéticas ucranianas, outras infraestruturas e edifícios residenciais se intensificaram.

Depois de uma reunião com o primeiro-ministro holandês Dick Schoof na cidade de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia nesta segunda-feira, Zelensky disse que Kiev estava “mais otimista” quanto às perspectivas de obter essa autorização.

“Hoje, apenas permitir - também não é suficiente”, disse, acrescentando que os aliados devem garantir a entrega de armas para serem utilizadas em tais ataques. “Não recebemos tudo o que gostaríamos de usar”, acrescentou Zelensky.

Zelensky disse que discutiu com Schoof o reforço das defesas aéreas da Ucrânia. O Presidente do Conselho da União Europeia, José Manuel Durão Barroso, afirmou que a Ucrânia tem uma frota de jatos F-16 doados pelos aliados, um dos quais caiu na semana passada.

“Vamos continuar fornecendo equipamento de defesa aérea, F-16s e financiamento para munições”, disse Schoof.

Schoof acrescentou que os Países Baixos vão fornecer cerca de 200 milhões de euros à Ucrânia em apoio a recuperação das infraestruturas energéticas e assistência humanitária.

Os Países Baixos ainda entregarão turbinas de gás recondicionadas no valor total de 29,5 milhões de euros e destinaram 45 milhões de euros para a reparação de infraestruturas energéticas, informou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.

O dinheiro provém de um fundo de ajuda de 400 milhões de euros que o governo holandês prometeu à Ucrânia no início deste ano.

Zelensky também comentou a situação na linha da frente, afirmando que a incursão transfronteiriça da Ucrânia na região ocidental russa de Kursk estava avançando "de acordo com o plano".

Zelensky ainda disse que a Ucrânia acreditava que a operação poderia ajudar a aliviar a pressão na frente de Pokrovsk, no leste da Ucrânia, onde a Rússia acelerou os seus avanços.

Até ao momento, a situação mantem-se difícil.