Alexandre Herchcovitch exalta força da moda nacional em 30 anos de SPFW
À CNN, o estilista também conta o que esperar da nova coleção que será desfilada neste sábado (18), às 14h
Com mais de três décadas de carreira, Alexandre Herchcovitch é um dos principais nomes na trajetória do São Paulo Fashion Week (SPFW), considerada a maior e mais expressiva semana de moda da América Latina. Nome por trás da grife homônima, ele apresenta sua identidade criativa desde os primórdios do evento.
Já para 2025, na edição celebrativa de 30 anos do evento, o desfile acontece neste sábado (18), às 14h, no Anhangabaú, um dos pontos principais da capital paulista. Em entrevista exclusiva à CNN, o estilista conta que estar nesta temporada é mais que um marco, principalmente quando se pensa na longevidade de uma semana de moda no Brasil.
"Isso não é um dado irrelevante, é muito importante a organização e a profissionalização da moda que veio por meio do São Paulo Fashion Week. Eu acho que quando você tem uma semana que organiza os lançamentos e junta compradores e jornalistas do país inteiro e de outras partes do mundo para enxergar a produção artística de um grupo de pessoas, é de uma importância muito grande", diz.
Questionado sobre quem acompanha a indústria no Brasil, Herchcovitch diz que é um público que não se acumula. "Não acho que ele troca, não acho que a pessoa que gosta verdadeiramente de moda passa a não gostar. A moda é uma expressão que atrai olhares de pessoas independentemente da idade", reflete.
"Nós precisamos prestar atenção nas novas gerações, naqueles que estão fazendo moda com gerações mais antigas, eles estão aprendendo conosco, e a gente também aprende com eles, obviamente. Essa fusão de várias gerações acompanha a moda, não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro. A moda é um veículo de expressão para todas as idades", acrescenta.
O brilho único da moda brasileira
Um dos responsáveis por levar a potência da produção feita em solo brasileiro ao mundo, Alexandre entrega que a moda brasileira é dona de uma identidade muito particular e específica. "O Brasil, por ser um país extremamente grande e diverso, a gente não consegue qualificar com uma palavra ou duas. Não há como definir o que é moda brasileira, chega até ser cruel quando me pedem isso", brinca.
"Pessoas que fazem moda em qualquer estado do Brasil, fazem uma moda que pode, ou não, carregar aspectos regionais. Acho que o que difere a nossa criação é simplesmente o fato da gente ter nascido aqui e ter recebido uma série de influências ao longo da vida", adiciona.
Eu não acho que estou em um ponto de revolucionar
Na expectativa para o desfile da coleção verão-outono 25/25, ele adianta que não está mais em um ponto de revolucionar ou de fazer algo que as pessoas não o enxerguem dentro da própria coleção. "É um novo estudo do meu próprio trabalho. É uma versão de hoje, de tudo aquilo que eu gosto, repetições do que gosto muito de fazer. Trabalhos manuais, aperfeiçoados", explica à CNN.
"Quando digo trabalho manual não significa qualquer trabalho feito à mão. Com o tempo, eu venho aperfeiçoando todos esses métodos porque eu quero fazer para o meu cliente, a melhor roupa possível em todos os aspectos. Então, o que eu vou apresentar é uma versão atual de mim mesmo", conclui.
Ver essa foto no Instagram


