Dia Nacional do Funk: exposição "Funkeiros Cults" estreia no Museu das Favelas

Nesta sexta-feira (12), é celebrado o Dia Nacional do Funk. Para marcar a data, o Museu das Favelas abre a exposição gratuita "Funkeiros Cults".

Com a curadoria de Dayrel Teixeira, do coletivo Funkeiros Cults, a mostra aborda a arte e o cotidiano da periferia de Manaus, capital do Amazonas, focando no bairro Compensa. A co-curadoria é de Leandro Mendes, artista visual e coordenador do Núcleo de Educação do Museu das Favelas.

"Quais caminhos um livro percorre até chegar nas mãos de um favelado? Que impacto ele provoca ao chegar? Como o funk influencia a autoestima da juventude? E o que acontece quando a periferia se apropria do poder de criação, deixando de ser objeto de estudo para ser protagonista com uma câmera na mão?" - são essas as perguntas que movem a exposição.

 

"A exposição surge da necessidade de registrar as periferias e seu cotidiano, mostrando como a arte influencia a margem da margem e serve de bússola para nossa juventude. É uma forma de desvendar a cultura que existe em nossa periferia, especialmente nas de Manaus, onde o projeto começou", explica Teixeira, no comunicado divulgado à imprensa.

"Funkeiros Cults" é organizada em quatro eixos: "Território", que retrata a vida cotidiana; "Arte", com imagens clássicas recriadas com a estética do mundo do funk; "Identidade", que mostram o funk como estilo de vida; e "Literatura", com trechos de passagens literárias que refletem a estética dos jovens da periferia.

O coletivo Funkeiros Cults surgiu nas redes sociais, ao repercutir imagens de jovens lendo livros clássicos com frases de humor com o objetivo de relacionar essas obras ao cotidiano das periferias.

O perfil viralizou nas redes sociais e possui mais de 280 mil seguidores no Instagram.

"Ter uma exposição no Museu das Favelas dá uma sensação de pertencimento, de que a história que estamos construindo ao longo da nossa vida tem um sentido", finaliza Teixeira.

"Nessa exposição, o Funkeiros Cults reúne literatura, funk e obras que recriam pinturas clássicas a partir da estética do funk. Essa ocupação será uma oportunidade para o público ter um outro olhar sobre a cultura do funk, partindo da união entre arte e periferia de forma autêntica”, disse Natália Cunha, diretora do Museu das Favelas, em comunicado divulgado à imprensa.