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Pix ou lembrancinha? Presente físico volta a ser vínculo de afeto

Levantamento encomendado pela Natura aponta que os brasileiros estão valorizando cada vez mais a presença e intenção

Caroline Ferreira, da CNN Brasil
Brasileiros estão mais seletivos e valorizam gestos que expressem presença e intenção
Brasileiros estão mais seletivos e valorizam gestos que expressem presença e intenção  • Freepik
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Com a proximidade do final do ano e das tradicionais festas comemorativas, é comum que o ato de presentear ganhe ainda mais importância no dia a dia.

No entanto, os brasileiros estão reorganizando cada vez mais seus vínculos, tornando-os mais seletivos e intencionais. Isso é o que aponta a pesquisa "A Nova Arquitetura do Afeto: o presente e as relações do Brasil", encomendada pela Natura e o Grupo Consumoteca, compartilhada em primeira mão à CNN.

 

Segundo o estudo, o presente físico volta como o "ativo de vínculo" mais valioso, enquanto presentear com dinheiro ou PIX, por exemplo, enfrenta cada vez mais resistência - justamente por representar um baixo esforço e pouco afeto.

A pesquisa, realizada com 1296 entrevistados em cinco regiões diferentes do país, mostra que a sociedade está fragmentada: 0% se sentem mais distantes e 34% se veem em relações superficiais. A sociabilidade vive um empate: enquanto 37% reduziram a frequência de encontros no último ano, 36% aumentaram. 

A análise mostra ainda que o esforço o investimento financeiro dos presentes dados são direcionados fortemente para um núcleo central de relações, como parceiros, filhos e pais, que exigem maior investimento emocional e em presentes. Os filhos recebem em média de 7,6 presentes por ano e parceiros 6,4.

"Presente com Intenção de Xodó" em contraponto à transferências bancárias

Já a ascensão da transferência bancárias, como o Pix, como forma de presente, revela uma tensão crescente entre praticidade e afeto. Mesmo sendo uma pratica comum, se apresenta como um "problema na dedicação", simbolizando pouco tempo investido.

Para 28% dos brasileiros, "não transmite carinho ou intenção" e, em relações mais distantes, assume o papel de um gesto frio, "quase igual à ausência" do presente.