Tasha e Tracie lançam 1ª coleção de sandálias com referências à infância

As gêmeas Tasha e Tracie, 30, principais vozes do rap feminino da atualidade, se uniram com a Kenner para o lançamento da primeira linha exclusiva de sandálias. A coleção chega ao público com detalhes inéditos, incluindo solado em jeans e cabedais personalizáveis.

"É um sonho realizado. A gente sempre quis ter essa coleção, justamente porque sempre consumimos. Criar com eles foi incrível, ainda mais no final do ano, que é esse período em que as pessoas realmente se programam para comprar uma roupa, um sapato novo. Eu passei a ter mais esse ânimo, a ficar mais feliz em poder comprar quando passei a ter mais dinheiro. Quando eu era menor, isso não existia e era frustrante. Hoje, quando vejo as nossas fãs felizes, se organizando, torna ainda mais especial, né?", celebra Tracie em entrevista à CNN.

 

Mesclando moda, arte, música e o cenário periférico onde cresceram, Tasha conta que, durante o processo criativo, também conseguiram levar as próprias essências para a collab.

"A equipe fez uma pesquisa bem legal, mas a gente trouxe muito da nossa visão, sobre quais eram nossos modelos favoritos, texturas que sonhávamos. Também visitamos a produção e pudemos mostrar o que era mais importante para gente. A escolha das cores, dos metais também, então acho que tudo a gente deu o nosso toque", adiciona.

Ao todo, a coleção conta com quatro peças. O modelo "Megan Dhuo" na cor cinza, conta com cabedal duplo, que pode ser customizado com correntes, cadarços e até pingentes. Além disso, também traz tecnologia inédita, com jeans prensado na sola, fazendo referência ao início da carreira das artistas a partir do blog "Expensive $hit", com editoriais de roupas jeans de brechó.

Enquanto isso, a "Raytek Duo", é comercializada na cor creme, com tiras de alcinhas que podem ser estilizadas com broches, por exemplo. A Kenner "Kivah" é a aposta do all black, além da combinação branco e rosa, sola tratorada e jeans prensado. Por fim, a colaboração é completa com "Ibiza", que remete a um chinelo de dedo. A novidade, no entanto, é a estampa zebrada em duas tonalidades diferentes: preto e branco, marrom e rosé.

"A gente não tem força para fazer nada se a gente não se gosta. Eu acho que o que fez a gente se desenvolver como pessoas confiantes foi encontrar pessoas mais parecidas com a gente, que se amavam e que se gostavam. Isso tem uma força muito grande. E as pessoas subestimam a força disso. Não é só isso, né? Mas isso também é uma coisa muito legal porque você tem autoestima para ir atrás das coisas, para ter força, para levantar, pra sair de um lugar com a cabeça erguida", avalia Tracie sobre o papel da moda como ferramenta de resistência e celebração da identidade.

"Acho que a estética sempre esteve aí. Porque nada nunca foi feito para nós, então a gente sempre precisou dar um jeito.  Como escravizados, a nossa estética sempre foi algo que trouxe essa memória, essa ancestralidade. Desde as tranças até as peças materiais, tudo tem relação com a nossa história. O povo negro é muito ligado com estética de uma maneira histórica", concluiu Tasha.