Time de curadores da Bienal de SP representa tema da mostra; conheça os quatro
Reunião das biografias dos pesquisadores Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel é uma verdadeira "coreografia do impossível"
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Pavilhão da Bienal, em São Paulo • Anne Barbosa/CNN Brasil
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Pavilhão da Bienal, em São Paulo
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Pavilhão da Bienal, em São Paulo • Anne Barbosa/CNN Brasil
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Pavilhão da Bienal, em São Paulo
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Pavilhão da Bienal, em São Paulo
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Pavilhão da Bienal, em São Paulo
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Pavilhão da Bienal, em São Paulo
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Rampa do Pavilhão da Bienal de SP • Michel Moch
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Brasil, São Paulo, SP, 06/10/1996. Gerais da 23ª Bienal de São Paulo, realizada no Pavilhão do Parque Ibirapuera, zona sul da cidade de São Paulo. Detalhe exposição de quadros do pintor norueguês Edward Much (1863-1944).Foto: Heitor Hui / ESTADÃO. Pasta: 44.000 - Crédito:HEITOR HUI/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:226131
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Exposição de quadros do pintor norueguês Edward Munch, na 23ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1996 • Heitor Hui/ESTADÃO
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Visitante na Sala Pablo Picasso na 23ª Bienal, em 1996 • Cristiano Mascaro/Bienal Internacional de SP
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Visitante em frente à obra Operários (1933) de Tarsila do Amaral na 24ª Bienal, em 1998 • Gal Oppido/Bienal Internacional de São Paulo
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Passistas da escola de samba Mangueira, do Rio de Janeiro, e os parangolés de Hélio Oiticica durante a abertura da 22ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1994 • NORMA ALBANO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
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"O Grito", de Edvard Munch, esteve exposta na 23ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1996. • Spencer Platt/Getty Images
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Obras de Arthur Bispo do Rosário expostas na 30ª Bienal de Arte de São Paulo, entitulada como "A Iminência das poéticas" • TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
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Mulher observa quadro de Andy Warhol exposto na 9ª Bienal de São Paulo, em 1967 • ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
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O curador do MASP, Pietro Maria Bardi, posa ao lado da obra de Marcel Duchamp na 19ª Bienal de São Paulo, em 1987 • SILVIO RICARDO RIBEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
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Retrato de expositores e artistas posam em frente do quadro "Guernica", de Pablo Picasso, durante a II Bienal de São Paulo em 1953 • Estadão Conteúdo/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
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Chegada de quadro do pintor espanhol Pablo Picasso durante a montagem da 23ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1996 • L.C. LEITE/ESTADÃO CONTEÚDO/AE
A tônica principal da 35ª Bienal de São Paulo, que começou quarta-feira (6) e vai até 10 de dezembro, vem de uma proposta da curadoria que quer fugir de categorias e seções, unindo obras e artistas de todo o planeta não por suas diferenças, mas por suas semelhanças. O tema “Coreografias do Impossível” foi criado pelo time de curadores reunido para esta edição, a formação mais radical a lidar com curadoria do evento desde sua criação, em 1951.
A reunião deste time formado por Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel é a primeira coreografia do impossível, como revela uma de suas integrantes, a pesquisadora e crítica Diane Lima.
“A gente diz que nós, time curatorial, somos a primeira coreografia do impossível, por sermos quatro curadores com pesquisas diferentes e vivendo em lugares diferentes”, continua Diane. “A própria formação racial do coletivo é algo que nunca foi visto nas 34 últimas edições da Bienal de São Paulo e tudo isso faz com que a gente entenda que as coreografias do impossível comecem performando nesse tipo curatorial e isso se expande com a seleção dos artistas, dos convites que fizemos para a arquitetura e para o design e todas as estruturas que compõem uma Bienal.”
São dois baianos e dois europeus ibéricos, duas mulheres e dois homens, três integrantes de ascendência negra e um branco, cada um deles morando em uma cidade diferente do planeta (apenas um reside na cidade em que nasceu) e com trajetórias distintas, que convergem para esse mesmo encontro. Os quatro já se conheciam profissionalmente, mas nunca haviam trabalhado juntos. Só Grada havia feito uma participação – ainda assim, online – em um projeto organizado por Diane.
Nascida em Mundo Novo, no interior da Bahia, Diane Lima é mestra em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e docente da Especialização em Gestão Cultural Contemporânea do Itaú Cultural e foi parte da equipe curatorial da Trienal de Artes do Sesc de São Paulo, chamada “O Rio é uma Serpente”.
Sua pesquisa abre discussões a respeito da perspectiva decolonial em instituições brasileiras. Ela também é curadora convidada do Programa de Curadoria Crítica e Estudos Decoloniais em Arte do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Atualmente mora entre Salvador e São Paulo.
Já o antropólogo Hélio Menezes, formado em Relações Internacionais e em Ciências Sociais e mestre e doutorando em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo nasceu em Salvador e mora em São Paulo. Também é crítico e pesquisador e foi curador de Arte Contemporânea do Centro Cultural São Paulo, onde também atuou como curador de Literatura (2019) e tem sua pesquisa focada no trânsito e na pluralidade de linguagens artísticas na cultura visual brasileira e diaspórica contemporâneas. Foi coordenador internacional do Fórum Social Mundial de Belém (2009), Dacar (2011) e Tunisis (2013).
A lisboeta Grada Kilomba tem raízes em São Tomé e Príncipe e Angola e desde 2008 reside em Berlim, na Alemanha, onde é professora da Universidade de Humboldt. Artista multidisciplinar, ela tem formação em psicologia e psicanálise e carrega em sua pesquisa questões a respeito de gênero, raça e memória, misturando performance, instalação e vídeo, fazendo intersecções entre o trabalho artístico e acadêmico e questionando o eurocentrismo da história da arte.
Fechando o time, o madrilenho Manuel Borja-Villel dirigiu o museu da Fundació Antoni Tàpies em Barcelona, desde sua fundação em 1990 até 1998, quando se tornou o diretor do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona até 2007. Em janeiro de 2008 foi chamado para dirigir Museo Reina Sofía em sua cidade-natal, cargo que deixou no início deste ano. Também é membro do Comitê Internacional de Museus e Coleções de Arte Moderna e presidiu o júri da 52ª Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza.
“As coreografias do impossível começaram com o nosso desejo de realizar esse projeto conjunto, mas o título veio com o encontro, com nossa tentativa de pensar quais seriam as afinidades e os desejos, como olhar para cada uma das pesquisas individuais”, continua Diane, esmiuçando como o termo “coreografia” para além do sentido original, relacionado à dança e à performance.
A curadora mostra que o termo também se refere a um conjunto de leis que precisa ser seguido, uma escrita que precisa ser grafada e repetida disciplinarmente e a ideia da política do movimento que reflete a experiência do cotidiano, vivida, criando assim um lugar metafórico. “Isso nos possibilitou entender que os próprios contextos impossíveis que ressoam em diferentes regiões do globo desobedecem à ideia de coreografia ocidental”.