Ministério da Saúde soube em 2019 de problemas no Hospital de Bonsucesso
Responsável pela administração do Hospital Geral de Bonsucesso, onde um incêndio ocorreu na desta terça-feira, o governo federal confirma três mortes
Responsável pela administração do Hospital Geral de Bonsucesso, onde um incêndio ocorre desde o final da manhã desta terça-feira (27), o Ministério da Saúde foi informado em agosto do ano passado de que o sistema de prevenção e combate ao fogo na unidade era precário.
Segundo o governo federal, três pessoas morreram.
Um relatório feito pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS) chegou ao conhecimento do então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta no dia 7 de agosto de 2019, de acordo com ofício protocolado na pasta para “para conhecimento e providências urgentes”.
O relatório foi elaborado em abril do ano passado e apontou 27 riscos de incêndio no Hospital de Bonsucesso. O texto foi usado pela Defensoria Pública da União para notificar a direção do Hospital.
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De acordo com o documento, essas avarias foram detectadas ao longo dos últimos dez anos, e agravados pelo início de uma obra de reforma contratada no ano de 2010. O documento aponta as seguintes falhas:
— O sistema de prevenção e combate a incêndio é precário e não existe plano de prevenção e combate a incêndio aprovado pelo Corpo de Bombeiros ou licença.
— Não existe sistema de detecção de fumaça e sprinklers. 
— Hidrantes estão em situação insatisfatória, alguns desativados, assim como as mangueiras.
— Não existem elevadores à prova de fogo.
— No sistema de ar-condicionado do prédio, o sistema elétrico é aparente e pode ocasionar acidentes.
— Transformador da subestação principal: registra superaquecimento 148,6°C, com alto risco de explosão, de morte para os operadores e inoperância total do sistema elétrico.
Procurado, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta ainda não respondeu. O Ministério da Saúde informou que lamenta profundamente a perda de uma paciente durante a transferência.
Logo nos primeiros instantes, foram removidos 162 pacientes do prédio 1 para o 2, e realizadas transferências para outras unidades de saúde. A paciente não resistiu. A Pasta acompanha o trabalho das equipes de resgate para garantir a segurança dos pacientes e profissionais que estavam presentes no local.