CGU aponta irregularidades com recursos federais para Covid em 21 estados
Levantamento considerou recursos federais utilizados 'por estados, Distrito Federal, municípios, órgãos públicos e entidades privadas sem fins lucrativos'
Documento encaminhado pela Controladoria-Geral da União (CGU) à CPI da Pandemia revela que o órgão apontou prejuízo potencial ao erário de R$ 164 milhões em 53 operações entre março de 2020 e abril de 2021 envolvendo possíveis irregularidades na utilização de recursos para o combate ao novo coronavírus.
O levantamento considerou recursos públicos federais utilizados “por estados, Distrito Federal, municípios, órgãos públicos e entidades privadas sem fins lucrativos, relacionadas ao enfrentamento da pandemia da Covid-19, com foco em situações de fraude e corrupção”.
Foram identificadas 14 tipos de irregularidades em 20 estados e no Distrito Federal. Confira a lista:
- Acre
 - Amazonas
 - Amapá
 - Bahia
 - Ceará
 - Distrito Federal
 - Goiás
 - Maranhão
 - Minas Gerais
 - Mato Grosso do Sul
 - Pará
 - Paraíba
 - Pernambuco
 - Piauí
 - Rio de Janeiro
 - Rondônia
 - Roraima
 - Rio Grande do Sul
 - Sergipe
 - São Paulo
 - Tocantins
 
Confira a lista das irregularidades identificadas:
- Irregularidades no processo de licitação;
 - Direcionamento da licitação;
 - Acerto prévio entre licitantes e/ou agentes públicos;
 - Vínculos entre entidades licitantes, privadas e/ou agentes públicos;
 - Dispensa/inexigibilidade irregular de licitações;
 - Crimes previstos nos artigos 89, 90, 91, 92, 93, 96 e 97 da Lei n° 8.666/93;
 - Sobrepreço e/ou superfaturamento na aquisição de bens e/ou prestação de serviços;
 - Utilização de empresa fantasma;
 - Utilização de pessoa interposta;
 - Irregularidades nos pagamentos contratuais;
 - Contratos em duplicidade, em desacordo com o edital e/ou com irregularidades nos
 - aditivos/contratos;
 - Inexecução contratual e irregularidades na entrega dos bens/prestação de serviços;
 - Adulteração/falsificação documental;
 - Empresas sem capacidade técnica e/ou operacional.
 

De acordo com o documento, “Os valores dos recursos envolvidos nas 53 operações alcançaram o montante de R$ 1,6 bilhão” e “o prejuízo efetivo (que de fato constou nas apurações) atingiu quase R$ 39,2 milhões e o prejuízo potencial é de R$ 124,8 milhões (que decorre dos desdobramentos que afetem outros contratos e o aprofundamento da investigação)”.
O documento conclui que “o prejuízo total estimado é da ordem de R$ 164 milhões”.
