Operação mira 77 pessoas por “golpe do falso intermediário” em 4 estados

Mandados são cumpridos em GO, MT, SP e SC com bloqueio de 1.776 contas bancárias

Elijonas Maia, da CNN, em Brasília
Pessoa segura cartão em frente a computador. E-commerce, venda online
Golpes eram feitos por meio de plataformas de vendas online  • Foto: rupixen.com/Unsplash
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As polícias civis de Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina realizam uma operação com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), nesta quinta-feira (22), para cumprir 155 mandados judiciais em quatro estados.

O objetivo da operação Broker Phantom é prender 77 pessoas que fazem parte de uma organização criminosa especializada no golpe do falso intermediário, além de lavagem de dinheiro.

A operação também cumpre o bloqueio de 1.776 contas bancárias e confisca judicialmente R$ 613 mil nesses estados. Há, ainda, 78 mandados de busca e apreensão contra os alvos.

Segundo a polícia, os criminosos intermediavam compras de produtos que não eram deles, como carros e casas, e acabavam recebendo o dinheiro como se fossem os reais proprietários. Para isso, os criminosos criavam até contas falsas.

A investigação de Goiás tem o apoio do Laboratório Cibernético da Diretoria de Operações do MJSP.

Esquema detalhado

O grupo atuava em plataformas de vendas online e é acusado de causar prejuízos superiores a R$ 1,8 milhão a dezenas de vítimas espalhadas pelo país.

De acordo com a investigação, os criminosos criavam perfis falsos em sites de comércio eletrônico, copiando anúncios reais, principalmente de veículos seminovos. Ao se passar por intermediários confiáveis, os golpistas simulavam negociações entre vendedores e compradores legítimos, induzindo ambas as partes a acreditar que estavam fechando negócio uma com a outra. Na verdade, o dinheiro das transações era desviado para contas controladas pelos próprios estelionatários.

O esquema é descrito como altamente organizado, com divisão clara de tarefas entre os responsáveis pela “engenharia social”, que manipulavam as vítimas, e os operadores financeiros, encarregados de abrir e movimentar contas bancárias laranjas.

As autoridades identificaram que, ao longo do tempo, o grupo abriu pelo menos 43 contas falsas em plataformas de vendas, divulgando 144 anúncios fraudulentos, o que demonstra o alto grau de profissionalização da organização criminosa.

O prejuízo causado não se restringe apenas às vítimas diretas, mas também às plataformas digitais e aos vendedores legítimos, que têm sua credibilidade abalada pelo golpe. Segundo os investigadores, tanto compradores quanto vendedores são vítimas no modelo de atuação adotado pelo grupo.

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