
Países devem contribuir com financiamento climático, diz embaixador da Suíça
Pietro Lazzeri diz que o grande desafio regional é aliar conservação e desenvolvimento sustentável

Há mais de uma década, a Suíça tem sido considerado o país mais inovador do mundo, de acordo com o Índice Global de Inovação. Resultado da cooperação entre a academia, instituições de estado e o setor privado.
Para fomentar essa relação, o país promove incentivos como o prêmio suíço-brasileiro de inovação e sustentabilidade, com o intuito de reconhecer o esforço de startups e de empresas que buscam a união de sustentabilidade e inovação.
A ideia é levar este conceitos para a Conferência sobre o Clima da Onu, que será realizada em novembro, em Belém.
“Esperamos que essa COP possa ser útil também para apresentar a região amazônica com oportunidades e desafios”, destaca o embaixador da Suíça no Brasil, Pietro Lazzeri.
Para o representante suíço, o grande desafio brasileiro é conciliar conservação e desenvolvimento econômico na região amazônica. Ele destaca a importância dos países desenvolvidos ajudarem financeiramente as nações que mais sofrem com as mudanças climáticas.
Qual será o papel da Suíça na COP30 e o que o país pretende destacar no seu pavilhão?
A Suíça é um país amigo do Brasil. Nós levamos muitos anos trabalhando tema de meio ambiente e sustentabilidade. A Suíça na COP30 vai ter um papel construtivo, achando soluções sobre meio ambiente, os desafios globais, fazendo proposta em área onde nosso país tem experiência sempre com o toque e inovação.
Esperamos que essa COP possa ser útil também para apresentar a região amazônica com oportunidades e desafios.
Vamos ter uma presença em dois lugares, no lugar mesmo da COP com um pavilhão, com as nossas empresas e o governo suíço, e também num museu Emílio Goeldi que foi um suíço que lançou a pesquisa amazônica. Ali vamos ter um pavilhão de inovação, sustentabilidade e pesquisa.
O que o Brasil pode absorver da Suíça quando o assunto é sustentabilidade?
Os dois países aprendem mutuamente. É uma história de cooperação que leva 200 anos. No caso do Brasil, a Suíça tem a capacidade de trabalhar nesse triângulo virtuoso que tem a economia, a inovação/pesquisa e a sustentabilidade.
Então nós temos esse ecossistema que funciona muito bem para achar um equilíbrio no caso da Amazônia, por exemplo, entre conservação e desenvolvimento sustentável. Nesse sentido temos muitos projetos, iniciativas no Brasil em várias regiões.
A Suíça faz parte do Green Climate Fund. Qual a importância de um país desenvolvido como a Suíça para o financiamento climático?
Sobretudo nesse momento onde os recursos mundiais para o desenvolvimento, meio ambiente, mudança climática estão diminuindo, a Suíça faz parte do grupo de países que sempre estão presentes com recursos.
Acho fundamental nesse momento também de ter parceria entre os países em desenvolvimento e de países desenvolvidos para fornecer respostas também financeiras de forma conjunta. A Suíça está fazendo sua parte.
Qual a importância do Desafio Suíço-Brasileiro de Sustentabilidade e Inovação em ano de COP30 em Belém?
Esse é um projeto que foi lançado faz dois anos. Estamos repetindo a cada ano, esse ano é ainda mais importante: um prêmio suíço-brasileiro de inovação e sustentabilidade que quer reconhecer o esforço de startup e também o do setor privado, de uma empresa, que tem conseguido fazer esse casamento fundamental entre sustentabilidade e inovação.
Por exemplo, esse ano, entre as empresas ganhadoras, tem uma empresa suíça que conseguiu aumentar a capacidade no âmbito da água e saneamento. Ou por exemplo, uma startup que fez uma proposta muito inovadora para substituir as moléculas de celulose com a molécula inovadora. Ou também outra startup ainda que teve a capacidade de fazer uma proposta para substituir a molécula de plástico e couro.