Pela primeira vez, todas as favelas do país têm CEP reconhecido

IBGE estimava que cerca de 870 mil pessoas viviam em áreas com “fragilidade de endereço”, sem nome de rua e numeração

Thomaz Coelho, colaboração para a CNN Brasil, São Paulo
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Todas as favelas do Brasil agora têm um CEP - Código de Endereçamento Postal - reconhecido pelos Correios. O governo federal anunciou nesta quarta-feira (8) a conclusão da primeira meta do programa CEP para Todos, que garante um código postal geral para cada comunidade urbana identificada pelo IBGE (2022).

Ao todo, 12.348 favelas em 656 cidades receberam um CEP. Essas áreas abrigam 16,39 milhões de pessoas, o equivalente a 8,1% da população do país — das quais 72,9% são pessoas negras (pretas e pardas).

A meta, que estava prevista para ser cumprida em dezembro de 2026, foi alcançada com mais de um ano de antecedência. O anúncio foi feito pelos ministros das Cidades e das Comunicações, durante o seminário “Da Moradia ao Território: reconhecendo as periferias brasileiras”, realizado em Brasília.

Além da meta já concluída, o programa prevê outras duas etapas até 2026. A segunda, em andamento, cria CEPs por logradouro — ruas, vielas e becos — em 59 territórios do Periferia Viva, que somam mais de 300 comunidades.

Até agora, 765 CEPs foram gerados, sendo 279 apenas na Favela da Maré, no Rio de Janeiro, beneficiando cerca de 19 mil pessoas. A terceira meta prevê a instalação de postos e agências dos Correios em 100 favelas em todo o país.

Antes da implementação do programa, o IBGE estimava que cerca de 870 mil pessoas viviam em áreas com “fragilidade de endereço”, sem nome de rua, numeração ou ambo, o que dificultava o acesso a direitos básicos.