“Vão ter que se reinventar”, diz secretário do MJ sobre PCC após operações
Secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo diz que ações “estancaram” fluxo financeiro das facções

O secretário nacional de segurança pública, do Ministério da Justiça, Mário Sarrubbo, declarou nesta sexta-feira (29) que as operações realizadas pela Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público de São Paulo “estancaram” o fluxo financeiro de facções criminosas e que elas “vão ter que se reinventar”.
“Com este controle, estamos estancando uma parte muito significativa do fluxo financeiro dessas facções, que obviamente vão ter que se reinventar, mas nós vamos estar atrás delas para saber qual vai ser o próximo caminho. E nós vamos estancar seja lá qual for que eles tomarem”, declarou em entrevista ao Novo Dia, da CNN.
Sarrubbo destacou também que ainda há outros setores para serem explorados nas investigações, como as criptomoedas, usadas pelo crime organizado para lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônios. “Claro que a gente tem dificuldades, temos ainda as criptomoedas, que é um espaço que em algum momento nós vamos ter que avançar”, disse.
O secretário também enfatizou o uso das instituições de pagamento (fintechs) usadas na Avenida Faria Lima, coração financeiro do Brasil. “O fluxo financeiro das facções passa por essas fintechs. A gente já vem alertando há alguns anos. Evidentemente não é de uma hora pra outra que se constrói essa estrutura. E isso já vem sendo planejado dentro do governo brasileiro, não é decisão tomada de última hora. Conversas foram feitas pelos ministros e envolvem Banco Central e agências”.
Enforcamento ao crime organizado
Foram deflagradas três operações contra o avanço do crime organizado no setor de combustíveis na manhã desta quinta-feira (28).
A Polícia Federal coordenou as operações Quasar e Tank, enquanto o Ministério Público de São Paulo coordenou a operação Carbono Oculto. As ações contaram com milhares de agentes de órgãos de segurança em diversos estados brasileiros, em operações simultâneas contra a facção criminosa e a ligação com o setor financeiro.
A "Quasar" tem o objetivo de desarticular esquemas de lavagem de dinheiro, com impacto financeiro e envolvimento de organizações criminosas usando fintechs. Enquanto a "Tank" tem como foco o desmantelamento de uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no estado do Paraná.
Já a "Carbono Oculto", visa desmantelar um esquema bilionário de fraudes no setor de combustíveis com infiltração de integrantes da facção PCC (Primeiro Comando da Capital).