Capitólio: Polícia Civil identifica primeira vítima fatal
Identificação das vítimas tem sido prejudicada pelo estado dos corpos, diz a polícia; um jovem de 14 anos e seu pai seguem desaparecidos
A Polícia Civil de Minas Gerais identificou neste domingo (9) a primeira vítima fatal do desabamento de rochas em Capitólio, que matou oito pessoas e deixou dois desaparecidos.
Julio Borges Antunes, de 68 anos, era natural de Alpinópolis, em Minas Gerais. Segundo a polícia, o corpo identificado já foi liberado para sepultamento.
Segundo o médico legista Marcos Amaral, do Instituto Médico Legal (IML) da cidade de Passos, que atua no caso, apenas o estado do corpo de Julio Borges possibilitou uma identificação formal mais ágil por conta do estado de conservação.
"Infelizmente, os corpos estão com aspecto bastante prejudicado. Proceder com a identificação possível foi em apenas um caso", disse o médico em entrevista coletiva neste domingo.
O delegado regional de Passos, Marcos de Souza Pimenta, disse que o foco das operações policiais está, neste momento, na identificação das vítimas e que os dois desaparecidos são um jovem de 14 anos e seu pai.
Apesar do reconhecimento formal ainda não ser possível, as famílias das vítimas já reconheceram outros corpos por conta de objetos pessoais como anéis e camisetas, além de características físicas como arcada dentária e tatuagens, além da presença de aparelhos dentários, disse o delegado.
A identificação das outras vítimas, porém, foi classificada como "precária" pelo delegado, e o reconhecimento formal só deve ser possível depois do encaminhamento dos corpos para Belo Horizonte.
"O foco é identificar as vítimas, colher material genético para confrontá-los com fragmentos corporais que já encontramos para futura identificação em Belo Horizonte", disse Pimenta.
Pimenta ressaltou ainda que, se não fosse o tempo chuvoso, a situação poderia ter sido pior porque é comum ter entre 50 e 100 pessoas nadando na região em um dia de sol.
Investigações
A apuração da Polícia Civil diz que todas as vítimas fatais estavam na lancha "Jesus", e que as embarcações presentes na região no momento do desmoronamento saíram da região de Turvo e operavam legalmente.
O delegado responsável diz que vai ouvir geólogos para identificar se o desmoronamento teve alguma interferência humana, como o barulho das lanchas no canyon, ou se foi apenas resultado do desgaste natural das rochas.
A Marinha deve fazer uma investigação paralela à da Polícia Civil.