Casal dono de escola investigada por maus-tratos e tortura é preso em SP
Caso veio à tona após ex-professora apresentar à polícia imagens das agressões
A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na tarde de terça-feira (27), os donos da escola particular Pequiá, localizada na zona sul da capital paulista, investigada por maus-tratos e tortura contra alunos.
A Justiça havia acatado o pedido de prisão temporária feito pela Polícia Civil. No entanto, o casal estava foragido. Eles devem passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (28).
O caso veio à tona depois que uma ex-professora da escola usou um celular para registrar as agressões.
Em uma das cenas, uma criança de um ano recebe gritos para guardar brinquedos. Em outra, um garoto aparece deitado no chão por ter urinado na roupa. Outra cena mostra um segundo menino amarrado com uma blusa a um poste.
Foi a professora, em posse das imagens, foi à delegacia denunciar as práticas. Em entrevista à CNN, ela relatou as punições e agressões impostas às crianças quando algo não acontecia como esperado pelos donos.
“Até em questão de xixi elas eram punidas. Teve o caso de uma criança que fazia muito e foi punida, sendo colocada em uma caixa de areia ou sentada no ralo o dia inteiro. Teve caso também de ficar o dia inteiro com as necessidades na roupa. Eram punidas por qualquer motivo”, disse ela.
Anny declarou, ainda, que, além dos maus-tratos, os donos humilhavam as crianças com adjetivos como “mijão”, “burro”, entre outros xingamentos.
O delegado responsável pela investigação, Fábio Daré, disse que, até agora, foram ouvidas 16 pessoas, entre professores e pais de alunos. E que, apesar de a prisão ter sido decretada, os acusados não foram localizados e, por isso, são considerados foragidos.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que a “Polícia Civil realiza diligências para localizar e prender os responsáveis por uma escola infantil, investigada por maus-tratos, na Vila Mariana, após o Poder Judiciário atender ao pedido de prisão feito pela autoridade policial do 6º Distrito Policial”.
Já a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo disse que “é contra qualquer tipo de violência, seja dentro ou fora das escolas” e acrescentou que “a diretoria de ensino Centro Sul abriu uma averiguação sobre todos os relatos apontados e encaminhou o processo de sindicância para a Seduc-SP, onde as partes serão ouvidas e todos os documentos serão analisados; após conclusão, as medidas cabíveis serão tomadas”.
(Com informações de Bruna Gavioli e Bruna Macedo)