Corintianos são presos por tirar bermuda e agredir vascaíno em Brasília

Suspeitos também roubaram o cartão bancário da vítima durante o ataque; réus foram absolvidos pela Justiça do Distrito Federal

João Rosa, da CNN, Brasília
Além de agredir a vítima, os suspeitos roubaram a bermuda que ele usava e seu cartão bancário.  • Reprodução
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Dois homens, membros de uma torcida organizada do Corinthians, foram presos nesta sexta-feira (13) pela Polícia Civil do Distrito Federal. Eles são suspeitos de agredir e roubar as roupas de um torcedor do Vasco que estava com a bermuda do time.

O caso aconteceu no dia 20 de outubro em um supermercado de Brasília. De acordo com a polícia, três torcedores do Corinthians foram flagrados no estacionamento do supermercado agredindo o torcedor do Vasco.

Além de agredir a vítima, os suspeitos roubaram a bermuda que ele usava e seu cartão bancário. No contexto de torcidas organizadas, tomar as roupas ou acessórios do adversário é considerado um gesto de humilhação e demonstração de superioridade sobre o grupo rival.

Segundo a polícia, o grupo contou com a ajuda de um quarto indivíduo que ainda não foi identificado. Após o ataque, a vítima buscou ajuda de familiares e registrou ocorrência na delegacia.

Com base nas imagens do circuito interno do supermercado, dois dos agressores foram identificados e tiveram as prisões preventivas decretadas. No entanto, o momento das agressões e a participação do quarto autor não foram captadas pelas câmeras.

Os outros dois envolvidos ainda permanecem foragidos. Os presos vão responder por roubo e foram encaminhados ao cárcere da Polícia Civil.

Absolvição

O Juiz Tiago Fontes Moretto da Justiça do Distrito Federal, no dia 1º de agosto de 2025, absolveu ambos os suspeitos. "Ante o exposto, julgo improcedente a pretensão punitiva para absolver os réus do crime a eles imputado na peça acusatória, por insuficiência de provas para a condenação", cita trecho da decisão.

Confira a nota na íntegra do advogado de defesa, Renan Bohus :

Na qualidade de advogado de defesa, venho a público destacar que o Juízo da 1ª Vara Criminal de Taguatinga/DF absolveu os torcedores corinthianos injustamente acusados, reconhecendo a inexistência de provas capazes de sustentar a denúncia.

Desde o primeiro momento, acreditei firmemente na inocência dos meus clientes. Eles foram vítimas de uma acusação sem base concreta, chegaram a ser privados de sua liberdade de forma injusta e suportaram todo o peso de uma imputação grave que jamais deveria ter sido formulada.

Durante a instrução, ficou claro que não havia qualquer imagem, testemunha idônea ou elemento objetivo que confirmasse a participação deles nos fatos. Pelo contrário: as contradições entre o depoimento da suposta vítima e as imagens obtidas por iniciativa da própria defesa demonstraram que eles sequer estavam no local da agressão.

A absolvição não é apenas um reconhecimento jurídico — é a reparação moral de uma injustiça. A decisão reafirma que ninguém pode ser condenado sem provas sólidas e que o Estado deve sempre respeitar o devido processo legal, a ampla defesa e a presunção de inocência.

Hoje, a Justiça foi restabelecida. E, com ela, a verdade: os corinthianos eram inocentes.