Turista que caiu de highline não estava preso à linha, diz associação

Gustavo Guimarães Rodrigues, de 29 anos, caiu de uma altura de aproximadamente 50 metros e morreu durante travessia na Chapada dos Veadeiros

Giovanna Machado, da CNN*, em São Paulo
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O turista Gustavo Guimarães Rodrigues, de 29 anos, que morreu na última sexta-feira (25) após cair de uma altura de cerca de 50 metros em uma travessia de highline na Chapada dos Veadeiros, não estava preso à linha de segurança, segundo a Associação Internacional de Slackline (ISA).

A associação explicou que Gustavo caminhava sozinho sobre a fita suspensa quando caiu durante o trajeto de volta, sem conseguir se segurar. Turistas que passavam pelo local relataram tê-lo visto atravessar a linha até o lado oposto, onde depois foi encontrada a fita de segurança (leash). Há a suspeita de que ele tenha feito ajustes no ancoramento e esquecido de se reconectar antes de retornar.

Amigos encontraram Gustavo com o equipamento de segurança no corpo e ferimentos na cabeça. O Corpo de Bombeiros Militar de Goiás foi acionado, mas ao chegar ao local constatou que ele já estava sem sinais vitais. O velório foi realizado no domingo (27), em Ouro Branco (MG), cidade natal da vítima.

A CNN questionou a Polícia Civil de Goiás se a investigação policial já aponta que Gustavo não estava preso à linha de segurança e aguarda um retorno.

Quem era o turista 

Gustavo era um profissional de highline - uma modalidade esportiva que consiste em atravessar lugares altos por uma fita ancorada entre duas montanhas - e participava diversas competições e eventos dos praticantes desta modalidade esportiva.

O esporte era tido por ele como um estado de equilíbrio e conexão com a natureza. Em um post no Instagram, ele retrata que a prática é uma metáfora da vida, em que a "linha tênue" representa a fragilidade entre a segurança do solo e a vastidão do céu.

Na reflexão sobre sua grande paixão, ele diz que "andar de Highline é desafiar limites físicos e mentais, mas também é mergulhar no efêmero, na fugacidade do momento presente".

Os amigos descrevem Gustavo como alguém de "espírito livre desses que desafiam a gravidade com leveza e nos ensinam que o mundo tem muitos jeitos de ser sentido".

Em uma homenagem, a página de turismo da Chapada dos Veadeiros descreve ele como alguém "extremamente amado por amigos e pela comunidade do esporte", e responsável por deixar "um legado de luz, ousadia e conexão com a natureza".

*Sob supervisão de Rafael Saldanha