Onça que sobreviveu a incêndio no Pantanal dá à luz filhote; veja vídeo

Com as patas queimadas pelo fogo, animal ficou 43 dias no Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande (MS)

Guilherme Gama, da CNN, São Paulo
Onça Miranda e filhote avistados por câmeras na floresta.  • Onçafari
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A onça-pintada Miranda, sobrevivente de um incêndio de grandes proporções na cidade que lhe deu nome, em Mato Grosso do Sul, deu à luz, nove meses depois de ser devolvida à natureza.

O animal marcou a luta pelo combate aos incêndios no Pantanal após ser resgatado do interior de uma manilha de concreto em agosto do ano passado na tentativa de se proteger do fogo em Miranda (MS).

A onça teve queimaduras de 2º grau nas quatro patas e foi levada, após uma operação de resgate de cerca de 26 horas, para o Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande (MS), para realização de exames médicos e tratamento intensivo para cicatrização das lesões.

Onça chegou com patas queimadas ao hospital. • Álvaro Rezende
Onça chegou com patas queimadas ao hospital. • Álvaro Rezende

Após 43 dias de tratamento, Miranda recebeu um "rádio-colar" com GPS para monitoramento e foi reintroduzida na natureza no dia 27 de setembro de 2024, no mesmo local onde foi encontrada, de acordo com a do Onçafari, ONG que monitora o animal.

No final de junho, quase 10 meses depois, a onça apareceu em frente às armadilhas fotográficas deixadas na floresta com seu novo filhote. Nas imagens, Miranda aparece caminhando com o filhote na mata e brincando com o recém nascido de noite. Veja o vídeo:

“Ver a Miranda com seu filhote nos encheu de felicidade e esperança. Foi realmente um presente para nós”, afirma conta Lili Rampim, bióloga do Onçafari.

Resgate da onça Miranda

Dois dias antes de ser resgatada, a onça-pintada — de aproximadamente dois anos —  tinha sido avistada com dificuldades para andar. O animal estava com as patas queimadas

Miranda foi encontrada em uma manilha, foi sedada pela equipe de resgate e recebeu os primeiros cuidados. No hospital, o felino recebeu curativos diários, com uso de pomadas cicatrizantes e passou por tratamentos de ozonioterapia para acelerar a cicatrização das patas.

Na mesma semana do resgate, a onça Antã foi resgatada na região do Passo da Lontra. O animal não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 11 de setembro de 2024.