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    Órgão para povos indígenas é criado durante COP-16 da biodiversidade

    Evento realizada esta semana em Cali, na Colômbia, inclui povos nativos para decisões sobre conservação da natureza

    Estadão Conteúdo

    Os delegados da 16ª Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP16) chegaram a um acordo na noite desta sexta-feira (1º), para criar um órgão subsidiário que incluirá os povos indígenas em futuras negociações e decisões sobre conservação da natureza.

    A decisão reconhece e protege os sistemas de conhecimento tradicionais dos povos indígenas e comunidades locais para o benefício da gestão da biodiversidade em níveis global e nacional, disse Sushil Raj, diretor executivo do Programa Global de Direitos e Comunidades da Wildlife Conservation Society.

    “Ele (o órgão) fortalece a representação, a coordenação, a tomada de decisão inclusiva e cria um espaço para diálogo com as partes da COP”, afirmou Raj. “E promove o apoio à gestão da biodiversidade territorial indígena e tradicional, e promove os padrões internacionais de direitos humanos referenciados no Quadro Global de Biodiversidade (GBF, na sigla em inglês).”

    O órgão será formado por dois copresidentes eleitos pela COP: um indicado pelas partes da ONU e outro por representantes de povos indígenas e comunidades locais. Pelo menos um dos copresidentes será selecionado de um país em desenvolvimento, levando em consideração o equilíbrio de gênero, diz o documento.

    Uma moção que reconhece a importância do papel dos povos de ascendência africana na proteção da natureza também foi adotada nesta sexta-feira.

    “Com esta decisão, o valor do conhecimento tradicional dos povos indígenas, afrodescendentes e comunidades locais é reconhecido, e uma dívida histórica de 26 anos na Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) é liquidada”, publicou Susana Muhamad, ministra do Meio Ambiente da Colômbia e presidente da COP16, na plataforma de mídia social X (ex-Twitter), após o anúncio.

    A COP16, realizada esta semana em Cali, na Colômbia, foi uma continuação do acordo histórico firmado na última edição da conferência, o GBF, em 2022, em Montreal, no Canadá. O acordo inclui 23 medidas para salvar a vida vegetal e animal da Terra, incluindo a proteção de 30% do planeta e 30% dos ecossistemas degradados até 2030. Não confundir a COP da Biodiversidade com a Conferência da ONU sobre o Clima, também chamada de COP, cuja 29ª edição será realizada este mês em Baku, no Azerbaijão.

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